Estaria na hora de outra “Reforma”?

Coluna Mensageiro
– Um cidadão, pai de família, de classe média, conseguiu comprar um carro, um automóvel, com lugar para 4 pessoas. Assim cabiam, junto a ele, a esposa, e os dois filhos.
O carro tinha 10 anos de uso.
Ele não pensou em verificar a procedência do veículo, quando da aquisição.
A aparência do veículo agradou tanto a ele quanto aos demais da família.
Se apaixonavam pelo carro, cada vez mais, a cada passeio promovido, a cada viagem de férias que realizavam.
Pela idade do carro era um conserto hoje, outro na próxima semana, mais outro no outro mês,… Eram pequenos consertos, mas somados representavam um valor significativo.
Ele analisou os gastos e percebeu que deveria fazer uma reforma mais aprofundada, tanto de motor quanto de lataria.
Teve um custo até elevado para a renda familiar, mas o desfrute do carro reformado seria muito mais prazeroso. Foi o que fez!

Há mais de 500 anos também, na igreja da época, alguns desgastes foram detectados, devido a desvios de curso promovidos por pessoas que tinham liberdade para tal, e com o consentimento de superiores.
Dentre os monges, um resolveu estudar a Bíblia que, na época, era de uso, de acesso, exclusivo a autoridades religiosas, não sendo permitido o acesso para os fieis.
Quanto mais a estudava, mais ele via pontos de desacordo entre o andamento da Igreja e a orientação bíblica.
Então ele apontou 95 tópicos, numa grande folha de papel a qual foi fixada na porta da igreja, cujo espaço servia de mural para comunicações e manifestações. Através da afixação destes 95 tópicos ele convidou as autoridades eclesiásticas, e fieis, para debater sobre cada tópico.
Autoridades da igreja não gostaram muito da iniciativa de chamar o povo para o debate. Era preferível continuar ‘tocando’ a igreja da forma que sempre vinha sendo a gestão.
Mais pessoas aderiram ao debate, inclusive autoridades civis. O proponente que já era formado com conhecimento bem profundo, foi convidado a retirar a proposta e a desdizer o que havia defendido, como se fossem mentiras os seus escritos. A isso ele respondeu:  "A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém!"
Em consequência desse posicionamento, o tal frei Martinho Lutero foi excomungado.
As pessoas que acompanharam seu pensamento também se desligaram da igreja e isso gerou um movimento chamado de Reforma Luterana, comemorada no dia 31 de Outubro, desde 1517.

Em todas as cidades vai ocorrer eleição para vereadores e para prefeito, no dia 15 de Novembro deste ano.
Muitas pessoas se apresentaram para trazer, para debate, tópicos que elas defendem.
O prefeito atual e vereadores asseguram à população que fizeram um bom trabalho e que, por isso, querem um novo mandato.
Outros postulantes trazem tópicos que dizem terem ficado esquecidos, tratados com desleixo, desprezados, o que teria prejudicado a população.
Assim, esses postulantes propõem uma ‘reforma’ na administração municipal e pedem aos eleitores que votem neles.

Edvino Borkenhagen

Coluna Mensageiro – Registro 0123526, 18/08/2003 – Títulos e Documentos
Publicada em 30/10/2020 – Ano XXIII – Mensagem 1.162
Leitura crítica antes de publicar, por: Alexandre Becker

NOTA: Para conhecer os 95 tópicos, clique aqui.

A foto foi gentilmente cedida pelo prof.Tarcísio Vanderlinde. Vide comentário.

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