Falhou Deus na criação do mundo?

Coluna Mensageiro
– Já deves ter ouvido ou lido: “No princípio criou Deus o céu e a terra, … e viu que tudo era muito bom”.
Quem crê no Criacionismo, que não aceita o Evolucionismo (virmos do macaco), aceita que Deus teria criado, em 6 dias, tudo o que o mundo deveria ter, descansando no dia seguinte.
Nesses seis dias também foi criado o homem e a mulher (nenhuma variante e nenhuma aberração) para cuidarem do que lhes foi colocado à disposição. Tudo bem até aqui? Estão tá!

Consta na Bíblia, e acreditamos que também no Alcorão e na Torá, que Deus criou tudo perfeito.
Surge porém uma dúvida:
Se tudo foi criado perfeito, por que houve falha na conduta do homem e da mulher, pelo o que receberam a condenação vitalícia, enquanto habitassem a Terra?
Deus, como entidade Onisciente (sabe de tudo, mesmo antes de acontecer) sabia que homem e mulher iriam falhar, mas sabia ainda bem antes, que dos anjos, que teriam sido criados perfeitos, alguns iriam falhar, iriam se afastar de Deus, chegando um deles a ser o maioral, o diabo, contra o qual Deus não tomou providência alguma, mas o deixou com poderes para infernizar a vida dos humanos.
Deus sabia que o diabo os iria tentar, sabia o que tinha planejado para esse casal: a eterna condenação à humilhação terrena, mas como mostram os registros, prometeu para em longínquos anos, enviar um Redentor, não sem antes eliminar praticamente toda a raça humana de sobre a terra, através do Dilúvio.

Depois, o seu “povo escolhido”, que estava como escravo no Egito, recebeu a promessa de receber uma terra para onde deveria se retirar.
Como o faraó não quis libertar esse povo, aplicou-lhe alguns castigos, até chegar à morte dos primogênitos de todas as famílias egípcias.
Libertado o povo, empreendeu marcha para a “terra prometida”, mas a certa altura, acabaram as provisões e bateu a fome e a sede.
Alguns líderes lembraram o guia Moisés de que mesmo sob trabalho escravo, no Egito, havia comida e água.
Deus não gostou de terem duvidado e, como castigo, fê-los peregrinar por 40 anos até que morressem, ao que parece, todos os adultos da época, como culpados dessa dúvida.
Nem o líder Moisés, que serviu de instrumento de Deus para a libertação do povo, teve a graça de entrar na ‘terra prometida’.
Mortes, mortes, mortes!
Depois que o ‘povo escolhido’ transpôs o Jordão, temos o registro da matança, da eliminação, de inumeros povos, ordenada por Deus, para que os ‘escolhidos’ passassem, porque (os condenados) não seguiam a mesma doutrina dos ‘escolhidos’.

Agora, num breve retrospecto, lemos reflexões escritas por religiosos atuais dizendo que lá no início não havia racismo, poluição, escassez de água, violência, guerra, depressão, inimizades, câncer, COVID-19, etc.
Vamos devagar!
– A ‘condenação’ da humanidade em Adão e Eva, não foi violência, foi castigo;
– A usurpação da primogenitura por Esaú não foi erro, foi plano divino;
– Os mortos no dilúvio não foi castigo, foi depuração da raça humana;
– A perseguição de cristãos em territórios não-cristãos não é violência, é resultado do erro humano em escolher viver naquelas terras?

Será que Deus falhou na Criação, ou falhou em nos dar o livre arbítrio? Quantos já pereceram, em acidente, por culpa de outros, ou em catástrofes, sem darem causa?!

Uma verdade fica evidente:
"A fé cristã não encontra inúmeras respostas."

Edvino Borkenhagen

Coluna Mensageiro – Registro 0123526, 18/08/2003 – Títulos e Documentos
Publicada em 12/06/2020 – Ano XXIII – Mensagem 1.142

BORKENHAGEN – 37 ANOS  TESTEMUNHANDO, QUESTIONANDO, MAS RESPEITANDO!