Quando amigos se encontram na rua, ou numa repartição, ou mesmo num estabelecimento comercial, amigos esses que há tempos não se encontravam, pode surgir o comentário: “Pois é, faz tempo que não nos vemos!”, ou: “Faz tempo que não nos reunimos. Que tal marcarmos um almoço?”
Compadres, que tem um relacionamento afetivo grande e significativo, se visitam com regularidade, mas às vezes circunstâncias as mais diversas podem dificultar essa continuidade e acontece um distanciamento quase imperceptível, até que da parte de um dos casais aparece a observação: “O que é que está acontecendo conosco, que não temos nos visitado? Precisamos marcar um almoço, pra podermos tomar um chimarrão, e assarmos uma costela!” Um almoço entre casais compadres, ainda mais com a presença de afilhados, é uma linda oportunidade para reatar os laços, a cumplicidade.
Parentes que vivem na mesma cidade, que tem atividades distintas uns dos outros, que trabalham em horários diferentes uns dos outros, acabam se comunicando pelo Whatsapp, ou outro meio disponível e fácil para a comunicação, mas vira-e-mexe, brota a necessidade do encontro presencial. Em alguém desperta a iniciativa, de convidar os integrantes da outra família, para se encontrarem e celebrarem o fortalecimento dos laços, num almoço. Sim, um almoço, onde se dá graças a Deus pelo alimento, onde se dá graças a Deus pelo encontro, fortalece os laços de parentesco.
Almoçar, comer, ingerir alimento, é uma necessidade de todos os seres vivos, notadamente nos animais e nos seres humanos. Se observarmos os porcos no chiqueiro, ou os cães no pátio da casa, veremos que eles até se alimentam juntos, mas disputando o alimento para o seu sustento. Bem diferente deles são os seres humanos, que buscam a oportunidade para sentarem juntos à volta da mesa onde se reúnem, por exemplo, para almoçar.
Em família, por vezes o apuro de uns ou de outros, o horário do fim do turno não ser exatamente o mesmo, para almoçarem todos os dias, juntos, faz com que uns iniciem o almoço antes que outros, mas a intenção é de que todos, da casa, possam sentar juntos, se não todos os dis, mas de vez em quando, nos fins de semana. Comer juntos (comensalidade) pode ser uma celebração, uma confraternização, o que já está relatado na Bíblia, como bem lembra um texto de Olga Beatriz Hepp Annes, Engenheira de Alimentos, na Revista Mensageiro Luterano, edição 1.237, mencionando a Páscoa e a Santa Ceia, como exemplo de eventos em que as pessoas com afinidades próximas, se reúnem.
Sempre que possível devemos evitar as comidas rápidas, o engolir alimentos para saciar a fome, sem nem nos preocuparmos com quem esteve na cozinha a preparar os alimentos, sua dedicação, seu conhecimento, sua criatividade para nos proporcioná-los. De leve pode se instalar uma desvalorização do prazer de estar juntos, ainda mais se algumas diferenças existirem entre membros de uma mesma família. A oportunidade desprezada para melhorar o relacionamento, pode ter fim, quando alguém se distancia definitivamente, sem perdoar, ou ser perdoado, ou quando falece alguém.
Pela coluna Mensageiro te convidamos a observar o valor do preparo, da degustação, da oportunidade de trocar ideias e de jogar conversa fora!
Edvino Borkenhagen
Coluna Mensageiro – Registro 0123526, 18/08/2003 – Títulos e Documentos
Publicada em 05/10/2018 no jornal Gazeta Diário – Ano XXI – Mensagem 1.054
BORKENHAGEN – 35 ANOS VALORIZANDO A FAMÍLIA E O BOM RELACIONAMENTO!