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Política e Religião: O Ponto de Vista de Lutero

Pretendentes a cargos eletivos sabem que criticar a religião em tempos de disputas eleitorais pode significar um tiro no pé. Contudo, apelar para o discurso religioso, ou aparecer rezando numa fotografia, nem sempre dá certo. Tudo depende da interpretação imprevisível que faz o receptor da mensagem, ou da imagem. Numa disputa política, o mais recomendável, seria não misturar o que para muitos é considerado “sagrado” e “profano”, “espiritual” e “temporal”. O reformador Martinho Lutero deixou algumas contribuições oportunas sobre o assunto.

Em relação ao mundo temporal, Lutero não pretendeu oferecer uma teoria sobre a natureza do Estado nem refletir sobre suas origens. Aceitou-o tal como era em sua época. Sem dúvida, cabia mostrar, a partir de premissas bíblicas, às pessoas que exerciam autoridade política, no que consistiria sua função. A autoridade, esta era para ele precisamente um conjunto de pessoas às quais ele se dirigia de maneira direta (LIENHARD, 1998).

Um dos textos onde Lutero trata do assunto se denomina “Da Autoridade Secular”. Alguns problemas de ordem moral que costumam assolar as autoridades já haviam sido percebidos à época pelo reformador. A “ave rara”, alegoria utilizada por Lutero para identificar um político honesto, emerge de suas reflexões críticas aos representantes desonestos, que no exercício de suas funções acabavam buscando, sobretudo o seu próprio interesse, colocando de lado a necessidade de seus “súditos”: “Desde o início do mundo, príncipe sábio é ave rara, e mais raro ainda um príncipe honesto. Em geral são os maiores tolos e os piores patifes da terra. Por isso, sempre tem que esperar deles o pior e pouca coisa boa, especialmente em relação às coisas divinas, que dizem respeito a salvação da alma”.

Contudo, a crítica intelectual, principalmente a de vertente materialista foi severa quanto à conduta teórica de Lutero e costuma apresentá-lo demasiadamente envolvido com os grupos privilegiados da época. Uma análise mais isenta, porém, é capaz de perceber em Lutero, apesar de suas limitações, um personagem comprometido prioritariamente com sua consciência e com a justiça. O exame das fontes revela que seus escritos, por diversas vezes eram implacáveis contra os nobres. Mesmo que durante o período conhecido como a “Guerra dos Camponeses”, não concordasse com todas as reivindicações dos beligerantes, Lutero admitiu que parte das reivindicações eram justas e desmascaravam os nobres perante “Deus e o mundo”.

Lutero foi contundente em condenar a simbiose promíscua entre religião e política: a apropriação indevida de símbolos da religião para interesses políticos, situação que costuma criar muita confusão na cabeça das pessoas. Lutero desqualifica este procedimento não isentando sequer os camponeses que na época se encontravam em guerra contra os nobres. A crítica valia para todos. Em suas palavras ele exortou: “Se ambas as partes não quiserem aceitar orientação e, o que Deus não permita, vierem a enfrentar-se em luta armada, que nenhuma das partes use o nome de cristão”.

 

O fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais seria um bom começo para se resgatar a imagem que geralmente se costuma ter dos políticos.

Resta saber se o Congresso recém-eleito terá interesse em levar adiante uma ideia que se caracteriza como corte na própria carne.

Na sombra do pronunciamento da presidenta reeleita, já aparecem parlamentares tentando nos fazer crer que a reforma política não passa de um arranjo para coincidência dos mandados; evidenciar isto é tergiversar, enrolar, desviar o assunto. É por isso que precisa de REFORMA. Fiquemos atentos!

Autoria: Tarcisio Vanderlinde

Publicado em 30/10/2014

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