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Sobre as cicatrizes da história

Ora está em Israel, nos trazendo um resgate sobre o Mar Morto, ora fala do  Brasil, nos chamando à responsabilidade sobre os falsos delatores, ora está no Paraguai, desvendando cicatrizes da história. Assim é o professor Tarcisio Vanderlinde, docente da Unioeste. Obrigado Professor! O senhor, sim, enobrece a classe docente!


Depois de atravessar a fronteira e passar por Ciudad Del Este, seguimos para o sul do Paraguai pela “Ruta 6”. O objetivo era participar do III Geofronteras em Encarnación. Encarnación fica no Departamento de Itapúa, às margens do Rio Paraná. No outro lado, a cidade de Posadas na Argentina.

A cidade está completando 400 anos, e foi fundada por um personagem que tem muito a ver com a história do Brasil e em particular com a história do Rio Grande do Sul. Trata-se do jesuíta Roque Gonzáles de Santa Cruz. Nascido em Assunção, após fundar a cidade de Encarnación, se dirigiu com alguns colegas para o campo missionário onde hoje é o noroeste do Rio Grande do Sul. O missionário acabou tendo um fim trágico sendo martirizado junto com outros dois colegas. Há uma cidade no Rio Grande do Sul que leva seu nome. Naquela época ainda não havia fronteiras na região, só rios a atravessar.

Recentemente, a cidade de Encarnación foi duramente impactada pela construção da hidrelétrica binacional Yacyreta (Paraguai-Argentina), que provocou o deslocamento forçado de mais de sete mil famílias de parte da cidade que foi inundada pelo lago formado pela represa. Aos poucos o ambiente se recupera, e projetos sociais como o da “Ruta misionera” que dá acesso a alguns dos sítios arqueológicos mais interessantes das missões Jesuíticas na América do Sul, vão se aperfeiçoando. As missões estiveram em atividade durante os séculos XVII e XVIII.

Visitamos a “Misión Jesuítica Guaraní Jesus de Tavarangüé”, que fica a noroeste de Encarnación. Declarada Patrimônio Universal da Humanidade pela UNESCO em 1983, Jesús de Tavarangüé mostra o refinamento que atingiu a “arquitectura misional” naquele tempo. Fundada em 1685, sob a direção do jesuíta Forcada, possui arcos de inspiração mourisca, denunciando a influência cultural árabe herdada da Península Ibérica. A construção não pôde ser finalizada devido à expulsão dos jesuítas no ano de 1767. Por trás, questões políticas e problemas de fronteiras.

O “III Seminario internacional de los espacios de frontera”, cujo tema foi "Integración: Cooperación y Conflictos", aconteceu na Universidade Nacional de Itapúa, cidade de Encarnación – PY, de 08 a 10 de setembro de 2015. A modalidade do evento teve sua primeira edição na Unioeste, campus de Marechal Cândido Rondon, PR, e agora acontece a cada dois anos em países ou lugares diferentes. Pelo interesse que as discussões têm despertado, está agregando cada vez mais grupos de estudos que se dedicam a temática de fronteira. Outras universidades do Brasil, Paraguai e Argentina têm mostrado interesse em se agregar formalmente ao evento.

Sediado pela Universidade Nacional de Itapúa, a 3a edição contou com o auxílio técnico e institucional das universidades Estadual do Oeste do Paraná, Nacional de Misiones e a Federal da Grande Dourados. A próxima edição deverá ocorrer em Dourados no Mato Grosso do Sul. O evento, de caráter interdisciplinar, tem a finalidade de agregar reflexões sobre a tríplice fronteira a partir de diversas perspectivas, aproximar as universidades da região fronteiriça nos três países, provocar intercâmbios e construir solidariedades.

Os expedicionários retornaram impressionados com a hospitalidade da população de Encarnación e dos docentes e acadêmicos da Universidade de Itapúa. Uma das frases que mais impactou os participantes foi proferida na abertura do evento pelo professor Roberto Carlos Abinzano da Universidade de Misiones, para quem "as fronteiras são as cicatrizes da história". Uma chamada que motiva os estudiosos a problematizar as velhas e as novas fronteiras do mundo no tempo presente.

Autoria: Tarcisio Vanderlinde

Pesquisas de imagens são nossas

Publicado em 17/09/2015


 

Aproveite e aprecie imagens das ruínas de Trinidad, também em Encarnación - Paraguai, e observe que a arquitetura guarda os mesmos traços.

 

 

Se você encontrou uma construção do tempo dos jesuítas (não importa em que país), que ainda tenha cobertura, envie um arquivo com a imagem para que possamos enriquecer ainda mais a busca. Obrigado!

 

Depoimento:

Eu, Edvino Borkenhagen, já tive o privilégio, há alguns anos, de visitar ambos os sítios, o que gerou relativa inquietude, considerando que também já visitei as Ruínas de São Miguel, no Rio Grande do Sul.

Perguntas que não calam:

- Onde ficavam as minas das pedras que os jesuítas utilizavam nas construções?

- Qual é a área geográfica total em que houve reduções jesuíticas?

- Quem, e onde, preparava as pedras para as construções (deve ter resultado um lixão de material descartado)?

- Quem, e como, transportava essas pedras, do local em que eram retiradas e preparadas, até o destino?

 

Agora, para que você se delicie um pouco mais ainda, aprecie as Ruínas de São Miguel, no Rio Grande do Sul:

 

Vista frontal - uma cena emblemática

Outra vista frontal, com a cruz típica.

A imagem da direita mostra o interior

Complementado em 17/09/2015

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