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Indagação Indignada

O professor Tarcisio Vanderlinde, docente da Unioeste, é dotado de uma sensibilidade e de um conhecimento ímpar, que Deus lhe concedeu, e segue o lema que também propugnamos: "Conhecimento não é o que se detém, mas o que se compartilha!". Obrigado Professor! O senhor, sim, enobrece a classe docente!


Os cidadãos perplexos às vezes relutam em crer nas cenas de denúncias que vão se perfilhando no desfile antipatriótico e angustiante da Semana da Pátria.

Entre cinismos e dissimulações, práticas aprimoradas por considerável número de políticos, fica difícil saber onde começa a verdade ou termina a mentira.

De repente, o cidadão percebe que quem sempre fez negócios escondidos, e que tinha tudo para mentir, pode estar dizendo a verdade, enquanto que quem sempre deveria ter dito a verdade, pode estar mentindo. Em meio às denúncias, obscenas tentativas de blindagens, exercícios intempestivos de retórica para defender coisas ainda não reveladas, e intermináveis delações que habilitam delatores a receberem prêmios.

Muitas pessoas poderão dizer nesta semana, de que quando éramos pequeninos, decorávamos poesias e ouvíamos discursos que diziam que éramos o futuro do Brasil. Em marcha, acreditávamos que íamos em direção a este futuro. Mais tarde, aprenderíamos que não se deveria confiar tanto em discursos, e a Pátria que festejava sua “independência” passando por “milagres” foi se tornando cada vez mais corrompida numa relação de cumplicidade que se irradia das artérias aos vasos capilares.

Os depoimentos que costumamos assistir (hodiernamente), às vezes servem para preciosos esclarecimentos. Porém, eles são também eficientes para contar fábulas. Um discurso pode servir para dizer meias verdades, que na verdade são envenenadas mentiras e, principalmente para construir esquecimentos.

No próximo ano teremos eleições novamente, e não se pode esquecer, mesmo temporariamente descrentes, que determinadas pessoas tem um forte poder de convencimento e são extremamente hábeis em construir as “verdades” que irão interessar naquele momento. É por isso que não raras vezes somos enganados.

Se for possível ainda falar em Pátria, é preciso em primeiro lugar entender que nossa cidadania ainda não foi construída. E, especialista ou não, teremos que aprender a fazer indagações sobre os discursos para construir uma memória que não seja tão abalada nos anos que se seguem a uma eleição. Contudo, é preciso também, indagar se determinados acusadores de hoje não são os velhacos de ontem, e, que querem continuar lá amanhã. Entendo que a indagação indignada é um exercício necessário da cidadania.

Costumo lembrar, em situações pelas quais estamos passando, de um fragmento do saudoso jurista Raymundo Faoro que consta no livro “Os donos do Poder”, e que continua atual e adequado para a “Semana da Pátria Perplexa”. Em seu escrito, ele nos adverte que a eleição, mesmo que formalmente livre, reserva ao povo a escolha entre opções que ele não formulou. Essa situação por sua vez, leva a uma manipulação, onde velhos quadros e instituições anacrônicas frustram e protelam o florescimento de um mundo mais saudável. Segundo o autor, há uma tradição no Brasil, onde se deita remendo de pano novo em vestido velho, vinho novo em odres velhos, sem que o vestido se rompa e nem o odre rebente. O autor ressalta que o fermento contido, a rasgadura evitada gerou uma civilização marcada por vontades não realizadas.

É de um passado mal contado e manipulado, que nos sufocou por tanto tempo, que ainda teríamos que aprender a nos libertar. Por isso, uma salva de palmas aos políticos que não se deixaram perverter, e também aos juízes e promotores, que nestes dias, de forma corajosa, sinalizam que ainda pode haver esperança para uma Pátria que se encontra ferida.

Autoria: Tarcisio Vanderlinde

Publicado em 05/09/2015

 

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