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O Paradoxo que a verdade carrega

O Professor Tarcísio Vanderlinde nos presenteia com escritos que são verdadeiros presentes. Quem já leu algum artigo anterior de sua autoria, perceberá uma continuidade de seu testemunho por ter tido o privilégio que muitos não tiveram, ou não se deram.


Em tempos de “pós-verdade”, expressão aceita no mundo para entre outras coisas refinar a mentira com sofismas, é preciso admitir a existência de incomodados em saber o que de fato a palavra verdade ainda significa.

Embora às vezes custemos a admitir, a maioria de nós costuma ter pendências com a verdade. É possível até que com relação à verdade, poucos sejam qualificados a atirar a primeira pedra.

Dependendo da posição social ou política do indivíduo, dizer a verdade, ou faltar com ela pode ter consequências comprometedoras.

Enquanto seres humanos, não apreciamos ser pegos fazendo coisas consideradas erradas ou antiéticas. Ao serem flagradas, pessoas de bem pedem desculpas e procuram não repetir os mesmos erros. Outros ficam furiosos e apelam para expedientes judiciais no intuito de comprovar que o que fizeram não configura ilícito. A justiça costuma premiar pessoas em condições complicadas com o objetivo de extrair a verdade. Nem sempre obtém êxito. Tem gente muito esperta.

O jurista Raymundo Faoro (1925-2003) costumava dizer que vivíamos numa “cultura de corrupção”. Um ambiente de manipulação, onde velhos quadros e instituições anacrônicas frustram e protelam o florescimento de um mundo mais saudável. Faoro estava convencido de que havia no Brasil uma tradição onde se costuma deitar remendo de pano novo em vestido velho, vinho novo em odres velhos, sem que o vestido se rompesse e nem o odre rebentasse.

O sociólogo Zygmunt Bauman (1925-2017) costumava observar que no mundo da política, a mentira parece estar em alta e poucas sobrancelhas parecem dispostas a se erguer ao saber que outro político foi apanhado em mentira. “As rotinas de mentir, negar a mentira e depois desdizê-la só agregam valor ao entretenimento dos políticos, virtude nada desprezível num mundo obcecado e viciado por entretenimento”. Acrescente-se ainda que no mundo político, o pedido de desculpas por ações indevidas é pouco ouvido.

Agostinho de Hipona (354-430), considerado um dos pais da Igreja, já havia descoberto que a verdade costuma incomodar pelo aspecto paradoxal que carrega: apreciamos quando nos ilumina, mas incomodamo-nos quando somos descobertos na nossa falta de verdade. Em suas “Confissões”, Agostinho, um pecador angustiado por diversas situações que não conseguia compreender, tenta entender a verdade a partir de algumas indagações:

  • “Por que é que a verdade gera o ódio? Por que é que os homens têm como inimigo aquele que prega a verdade, se amam a vida feliz, que não é mais que a alegria vinda da verdade?”. E tenta responder:

  • “Talvez por amarem de tal modo a verdade que todos os que amam outra coisa querem que o que amam seja a verdade. Como não querem ser enganados, não se querem convencer de que estão no erro. Assim odeiam a verdade, por causa daquilo que amam em vez da verdade. Amam-na quando os ilumina, e odeiam-na quando os repreende. Não querendo ser enganados e desejando enganar, amam-na quando ela se manifesta e odeiam-na quando os descobre. Porém a verdade castigá-los-á, denunciando todos os que quiserem ser manifestados por ela. Mas nem por isso ela se lhes há de mostrar. É assim, é assim, é assim também a alma humana: cega, lânguida, torpe e indecente, procura ocultar-se e não quer que nada lhe seja oculto”.

Autoria: Tarcisio Vanderlinde

Publicado em 27/05/2017

 


Considerações:

VERDADE - O que é a Verdade?

Quando Pilatos perguntou a Jesus, este calou-se, mas em outras ocasiões já pregara: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim!"

A Verdade é um conjunto de valores que carregamos dentro de nós, esse conjunto tende a nos deixar felizes, mas ele não deve afrontar outros.

Artigos publicados neste sítio receberam espaço porque o sítio da BORKENHAGEN é para um público heterogêneo. Mais ou menos assim: Quem és tu? Quem sou eu? Quem somos nós? O que faz cada um?

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