INÍCIO     |     NOSSA EMPRESA     |     ORIENTAÇÕES    |     MENSAGEIRO     |      ARTIGOS      |     ENTRETENIMENTO    |      BORKINFO     |     FAMÍLIA BORKENHAGEN

Início | Artigos, Manifestos e Reflexões | Artigos | Em tempos de perplexidades

EM TEMPOS DE PERPLEXIDADES

Na publicação anterior Petra foi o destino de uma investigação diferente, do Professor Tarcísio Vanderlinde. Seu escrito é um presente para todos que se dignarem ler o artigo. Desta vez nos instiga a confrontar perplexidades.


Entre outros incisos, o artigo 5o da Constituição da República Federativa do Brasil assegura ao preso o direito de permanecer calado.

No meio jurídico esta prerrogativa é conhecida como o princípio da não auto incriminação: “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”.

Muitas vezes, o direito de ficar calado só é recomendado tardiamente, quando a pessoa se toca ou é lembrada de que a fala proferida anteriormente a comprometeu. A partir daí, as falas passam a ser controladas com intenções objetivas, o que costuma na maioria das vezes criar mais confusão do que esclarecimentos.

Assim como os silêncios, as palavras continuam tendo muito poder. Há um ditado popular que resume o princípio da não auto incriminação e é conhecido de longa data: “o peixe morre pela boca”.

É preciso confessar que a maioria de nós tem alguma dificuldade em controlar a língua, ou a escrita. Continuamos ofendendo ou inventando coisas inadequadas muito facilmente sobre aqueles que são considerados nossos desafetos. Minimizamos quando alguém que nos é simpático pisa na bola. Em ambos os casos costumamos ser rápidos no gatilho.

Em algumas culturas se percebe que é relativamente corriqueiro ver pessoas públicas se desculpando por aquilo que disseram descuidadamente. Por aqui, esta moda ainda não pegou. Os pedidos de desculpas ainda são vistos como atitudes excepcionais. Ainda está normalmente em pauta explicar o inexplicável.

Temos vivido tempos em que costumamos ficar confusos diante de atitudes aparentemente inexplicáveis mediadas pelo falar ou compartilhadas pelas redes sociais, a novidades do momento.

Ao meu ver, a melhor opinião a respeito do assunto pode ser encontrado num escrito antigo atribuído ao apóstolo Tiago. Especialistas costumam datar a carta de Tiago no início da década de 60 de nossa era. Contudo, outros acreditam que ela teria sido escrita ainda mais cedo, talvez por volta do ano 50 d. C. O texto destaca temas sobre fé, boas obras e sabedoria. Porém, costuma chamar atenção as observações que Tiago faz a respeito do uso da língua.

Curiosamente, a imagem à qual Tiago compara a língua como fogo destruidor, encontra paralelos nos escritos dos filósofos Sêneca e Plutarco. O mesmo pode ser dito da importância de sermos tardios em falar e da necessidade de casar palavras com ações.

A proibição dos juramentos passou a ser considerado um diferencial em meio a cristandade, mas mesmo sobre este quesito, os escritores greco-romanos concordavam que o caráter da pessoa deveria ser irrepreensível a ponto de os juramentos (ou promessas) não serem estritamente necessários.

É interessante observar que na “ética da linguagem”, os padrões de comportamentos defendidos pelo cristianismo convergiam com o que havia de melhor na literatura sobre ética do mundo antigo. De modo geral os autores dos textos bíblicos não se viam como opositores sistemáticos das normas sociais de sua época.

Em minha juventude li livros de um poeta de origem libanesa conhecido como Khalil Gibran. Vale lembrar algumas palavras que aquele escritor sensível deixou como legado para tempos de perplexidades:

Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores”.
 

 

Autoria: Tarcisio Vanderlinde

Imagens fornecidas pelo autor

Publicado em 01/10/2016


Frases:

É de Khalil Gibran a autoria da frase "A perplexidade é o início do conhecimento."

É de Sigmund Freud a autoria da frase: "O novo sempre despertou perplexidade e resistência."

Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
Tiago 3:8
 
Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
Tiago 3:8
 

A língua - com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus; de uma só boca procede bênção e maldição. - Tiago 3.9 e 10

Obrigado!


 

BORKENHAGEN - 33 anos dando espaço a artigos de bom conteúdo. Envie o seu!

Avenida Doutor Damião, 80 - Jardim América - CEP 85864-400 - Foz do Iguaçu, PR | Fone/Fax: 45 3028 6464

Borkenhagen Soluções Contábeis Ltda.

Copyright © Desde 1997 - Direitos reservados