Pois é! Na
publicação anterior destacamos que pessoas viajam por diversos motivos,
entre eles por missão ou ideal.
Para o Professor Tarcísio Vanderlinde, Petra foi o destino de uma
investigação diferente. Seu escrito é um presente para todos que se dignarem
ler o artigo.
Só
entendi mais tarde porque o escritor Érico Veríssimo levou mais de três anos
para publicar um livro sobre sua experiência de ter visitado a Terra Santa
com a esposa no ano de 1966. Em meio uma forte gripe, tomando aspirinas e
chás que a esposa preparava, as anotações que Veríssimo fez durante sua
estadia de apenas 10 dias em Israel, foram apenas lembretes, que depois
cuidadosamente ampliou com outras informações que pesquisou.
O cenário da geografia bíblica é amplo e está longe de se restringir à
região banhada pelo Rio Jordão. O ambiente tenso conhecido como Oriente
Médio, na verdade, envolve também outras grandes extensões da África, Ásia e
Europa. O que acontece no tempo presente naquela região, costuma ter
reflexos inesperados em todo o mundo.
Territórios que atualmente fazem parte da Síria, Jordânia, Turquia, Grécia,
Itália, Egito, Iraque, Irã e mesmo Arábia Saudita, estão relacionados a
acontecimentos narrados em diversos textos milenares, que chegaram às nossas
mãos num volume único, que habitualmente chamamos de Bíblia.
Contudo, ainda existem muitos outros textos, geralmente apontados como
apócrifos, que costumam trazer informações sobre a região que é trilhada
desde a antiguidade por milhões de peregrinos de todas as partes do mundo. O
Livro de Enoque, por exemplo, não faz parte da Bíblia, mas é citado por ela.
O imperador D. Pedro II, que reinou no Brasil durante o século XIX não
deixou de visitar àquela região viajando de carruagem e a cavalo.
Visitar a Terra Santa pode se transformar numa experiência única dependendo
daquilo que se crê. E foi assim que, caminhando por aqueles lugares, nos
vimos na Terra dos Vermelhos, lugar que hoje é conhecido como Jordânia.
Um professor de hebraico nos chamou atenção sobre a origem do nome para a
Terra dos Vermelhos ou Edom. A dica vem do livro de Gênesis, ao descrever os
edomitas como emergentes da linha do irmão gêmeo de Jacó: Esaú. A Bíblia o
descreve como “ruivo” ao nascer.
A
palavra, que também pode ser encontrada com o sentido de "vermelho”, no
hebraico é “adon”, de onde o nome Edom é originado. Grande parte da região
de Edom é composta por arenito vermelho cujo ícone são as esculturas
nabateias na famosa cidade de Petra.
O ambiente peculiar formado pelo arenito vermelho fez com que Hollywood
escolhesse aquela região para ambientar o recente filme “Perdido em Marte”
sem precisar de filtros especiais.
Outros
filmes famosos como “Indiana Jones e a Última Cruzada” e “Lawrence da
Arábia”, também utilizaram a antiga Edom como cenário. Contudo, aquele
ambiente tem muito mais história do que as produções fílmicas que Hollywood
costuma mostrar.
Na época de Cristo, o povo que se originou dos edomitas era conhecido como
nabateus. Entre 9 a.C. a 40 d.C., a região foi governada pelo rei Aretas VI
sendo que a capital do reino ficava em Petra.
Uma das filhas de Aretas IV casou-se com Herodes Antipas, filho de Herodes o
Grande e que governou a Galileia e a Pereia, na Transjordânia na mesma época
do rei de Petra.
Petra é hoje o sítio arqueológico mais famoso da moderna Jordânia. Ao lado
de Machu Picchu e o Coliseu de Roma, numa sondagem entre internautas, Petra
foi considerada como uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Clique nas fotos e admire-as
em tamanho maior.
Autoria:
Tarcisio Vanderlinde
Imagens fornecidas pelo autor
Publicado em 13/09/2016
No Brasil temos cenário assemelhado (na cor), composto
pelas falésias, no Estado de Alagoas.
Aqui, num ambiente, a erosão natural e, no outro, o mar
está corroendo a natureza.
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