Pessoas viajam
a serviço, pessoas viajam a passeio, pessoas viajam por uma missão, pessoas
viajam por um ideal, pessoas simplesmente viajam, porque viajar é aprender.
Obrigado Professor!
Seu artigo (Pela trilha do Sinai) pode nos servir de 'norte' para alguma
decisão, neste novo ano. Considerando que o volume de artigos e mensagens,
na véspera de Natal poderia ofuscar, ou prejudicar o seu artigo, preferimos
publicá-lo em data próxima ao Dia de Reis - o Natal dos gentios (não
judeus).
Não chega ser tão brilhante
como a Estrela de Magalhães, que costumamos ver na constelação do Cruzeiro
do Sul. Contudo, o que torna a estrela modesta da constelação da
Ursa Menor tão importante, é o lance de que desde
tempos
imemoriais, os humanos terem notado de que ela ficava “fixa” num determinado
ponto do céu, sendo que as demais estrelas pareciam girar em torno dela. O
fato de ela se apresentar como eixo imaginário, possibilitou que se tornasse
ponto de referência para viagens no hemisfério norte da Terra.
Ali, no coração do Sinai (Egito), aproximadamente a 30º de latitude norte
(Porto Alegre fica em latitude equivalente no hemisfério sul), um pouco
apagada, estava a estrela. Com ajuda de um amigo, utilizamos como referência
as constelações da Ursa Maior e Cassiopeia para localizar o objetivo.
Durante quatro horas, na madrugada do dia 17 de maio de 2014, enquanto
caminhávamos pela trilha que nos levaria ao topo do Monte Sinai, pudemos
observar como as outras estrelas “giravam” ao redor da
Estrela Polar. Foi como um Natal fora de
época.
Os apreciadores das estrelas têm diminuído de número. O mundo de hoje têm
coisas mais interessantes para serem observadas.
Ao
contar suas memórias num filme, o octogenário cineasta japonês
Akira Kurosawa aparece como um viajante que chega a uma determinada
aldeia. Ali, ele encontra um ancião de 103 anos de idade, com o qual trava
um diálogo ontológico.
A certa altura o viajante percebe que a eletricidade ainda não havia chegado
àquele lugar, fato que o levou a considerar de que naquela aldeia as noites
deveriam ser muito escuras. “É, assim é a noite”, respondeu o ancião. “Por
que a noite deveria ser clara como o dia? Eu não ia
querer noites claras que não deixassem ver as estrelas”.
Cecília Meireles, em uma de suas poesias, percebe o mar como metáfora
de um tempo longo. E nele, nós, a navegar como os antigos velejadores. No
céu, constelações e estrelas a nos guiar: “Muitas Velas. Muitos remos.
Âncora é outro falar... Tempo que navegaremos, não se pode calcular. Vimos
as Plêiades. Vemos agora a Estrela Polar. Muitas velas. Muitos remos. Curta
vida. Longo Mar”.
Eu deveria ter uns cinco anos quando numa madrugada de verão, meu pai me
acordou para que eu o acompanhasse numa viagem. Ainda estava escuro, e
quando saímos de casa o clarão da Via Láctea me impressionou muito. Meu pai
apontou para uma estrela que se destacava e falou: “aquela é a Estrela da
Manhã” (Der Mogenstern).
Nos anos seguintes aprendi que as constelações mudavam com o curso das
estações. Mas também entendi que as estrelas poderiam revelar muito mais.
Elas costumam nos mandar mensagens de um tempo longo que pode ajudar a viver
o tempo breve que é concedido a cada um de nós.
Há aproximadamente dois mil anos, uma estrela brilhou intensamente para
avisar a alguns observadores atentos, que algo extraordinário havia
acontecido.
Amig@s, um Feliz Natal! E até!
(Reservamos, então, a oportunidade de, pela
mensagem acima, o prof.Vanderlinde desejar Feliz Natal, não antes da data
estabelecida pela Igreja Romana, mas antes da data estabelecida pela Igreja
Ortodoxa.)
Autoria:
Tarcisio Vanderlinde
Imagens fornecidas pelo autor
Publicado em 02/01/2016
Complementando:
Há alguns anos, numa certa noite, em Nova
Santa Rosa - PR, na propriedade dos meus pais, não sei exatamente sobre o
que falávamos, o meu pai (Otto Borkenhagen) me chamou para fora da casa.
Acompanhei-o e fomos para um lugar onde a luz
elétrica não focasse em nossos olhos.
O pai disse que é importante "olhar para o
céu". Realmente o pai foi exemplo de pessoa que se encantava com o céu.
Sim, se encantava, pois faleceu em 02/09/2015,
já tendo 90 anos completados em 06/06/2015. Nos resta seu exemplo de pai.
Mas por que o pai teria me chamado para fora?
Disse ele: "Junge, guck mal zum Himmel und
sehe dem Milchweg!"
Traduzindo: "Filho, olha pro céu e vê a Via
Láctea!"
Algumas
traduções trazem a Via Láctea como "die Milchstraße".
Em tradução literal teríamos: Milchweg
= o Caminho de Leite, enquanto que Milchstraße = Estrada de Leite.
Eu fiz uma 'viagem no tempo'. O Cruzeiro do
Sul era algo normal, mas observar a Via Láctea (sentido Noroeste - Sudeste)
foi fenomenal.
Nunca eu havia sido instigado a observar a Via
Láctea.
Nunca um professor sugeriu que a observasse.
Nunca me ocorrera, até então, de olhar pro céu
e ver mais do que estrelas e a lua, à noite.
É incrível, é impressionante! Quanto mais
escura a noite, mais a Via Láctea se destaca no céu, sem nuvens.
Agora o mais marcante não foi ver a Via
Láctea, pois ainda a posso ver hoje em dia, ou a poderia ter visto por
indicação de outra pessoa, mas não. Foi o meu pai, com apenas a escola
primária, que me fez saber de maravilhas que se pode admirar no céu. Eu
acredito que eu estava entre os 40 e os 50 nos de idade. Hoje estou com 63
nos.
Por isso reforço, assim como meu pai disse:
é importante "olhar para o céu",
fisicamente, e também espiritualmente.
A visita dos magos do Oriente, que a Bíblia
registra terem visitado Jesus, dias após o seu nascimento, pelo que em 06 de
Janeiro se comemora o Dia de Reis, se concretizou porque eles (estudiosos
das estrelas) se nortearam, se guiaram por uma estrela que lhes permitiu
definir a "trilha" para chegar onde nasceu, aquele que os cristãos crêem ser
seu Salvador.
Acrescentado por Edvino Borkenhagen em 02/01/2016
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