Finalizado o
mês de Janeiro, de 2018, com muita satisfação fomos brindados com um artigo
do Professor Tarcísio Vanderlinde. Ele inicia seus escritos com a visita a
nosso maior atrativo turístico. Viaje, com ele!
Depois de 20 anos voltei a ver e ouvir as Cataratas do Iguaçu.
As
últimas imagens que havia feito foram ainda com uma câmera tradicional. Está
no museu agora. A revolução eletrônica foi brutal neste período. As câmeras
se sofisticaram e se popularizaram.
A cada poucos passos na senda que margeia as quedas, uma nova pintura viva.
Ao caminhar por ela lembrei que interesses utilitaristas sepultaram um outro
conjunto de cataratas no oeste do Paraná muito admirado por visitantes até o
ano de 1982. Trata-se das Sete Quedas, que ficava no rio Paraná próximo a
cidade de Guaíra.
Havia um projeto de aproveitamento da capacidade energética do rio
preservando as quedas. Mas quem se importa ainda com isso?
O rio Iguaçu que na sua apoteose enfeita o cenário das cataratas nasce muito
próximo ao mar, a leste da cidade de Curitiba e atravessa o Estado em
direção ao oeste. Nos seus 910 quilômetros rompe duas escarpas. Quem viaja
pela BR 277 também as atravessa, uma próxima a Curitiba, outra próximo a
Guarapuava.
O cenário, sobre o qual se derramam as águas, lembra um anfiteatro.
Os
degraus remetem a derrames basálticos ocorridos na região em tempos
geológicos pretéritos. As águas continuam gastando o basalto e provocando um
lento recuo das águas, coisa imperceptível durante uma existência humana. Se
os dados no site Mineropar(PR) estiverem corretos, neste tempo que deixei de
visitar as cataratas, elas teriam recuado uns 40 centímetros.
Há 500 anos, quando a equipe do explorador espanhol Cabeza de Vaca, a
caminho de Asunción, topou com as quedas, deve ter visto um cenário
muito parecido com o que ainda apreciamos hoje, mas elas estariam
uns 10 metros mais à frente. Embora este personagem conste nos livros
como o descobridor das cataratas, é certo que o cenário era conhecido por
humanos alguns milênios antes do explorador.
Os indígenas que viviam na região tinham inclusive uma narrativa
para explicar o surgimento das cataratas.
A
lenda chegou aos nossos dias e continua sendo contada aos visitantes.
Trata-se de uma história de amor entre o índio Tarobá e a índia Naipí numa
época em que ainda não existiam as quedas.
Conta-se que Naipí, filha do cacique Ignobi era muito linda e fora
consagrada ao deus M’Boy que habitava o rio em forma de serpente. No dia da
consagração Naipí fugiu com Tarobá de canoa pelo rio. Indignado, M’Boy
provocou desmoronamentos no rio formando as cataratas. Tragados pelas águas,
Tarobá e Naipí caíram de grande altura. Tarobá foi transformado numa
palmeira a beira do abismo e Naipí numa pedra açoitada constantemente pela
grande cachoeira. Vigiados por M’Boy permanecem ali. Tarobá condenado a
contemplar eternamente sua amada sem poder tocá-la.
Neste estressado início de século, cada visitante
vai tendo sua experiência pessoal ao se
deparar com o cenário ímpar das Cataratas do Iguaçu:
imagens e rugir impactante das águas.
Em Apocalipse aparece um fragmento que compara a
voz de Deus
à “voz de
muitas águas”. Fui alcançado pela metáfora nesta última
visita.
Autoria:
Tarcisio Vanderlinde
Publicado em 05/02/2018
Fotos cedidas pelo autor:

Cada visitante contempla essa obra divina, à sua
maneira. O casal Vanderlinde apreciou assim!

Obrigado, Professor
Tarcisio Vanderlinde, por esta linda divulgação!
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BORKENHAGEN -
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