A escritora
Victória Valiente, nos permite reproduzir ou republicar seus
textos semanalmente publicados no jornal Gazeta Diário. Em 07/08/2017 o
artigo teve o título: Aprenda com as tempestades.
25 graus em pleno inverno é algo maravilhoso! Há quem reclame por não poder
desfilar todo charme das botas e casacões; há quem fique feliz com a
tropicalidade dos dias, parece que até a natureza estranha e solta flor
quando as folhas deveriam estar caindo, a calçada vira um tapete cor de
rosa.
Eu amo o calor quando estou na praia, para cidade prefiro frio, não gosto de
andar totalmente aquecida, sou calorenta, fico angustiada com muita roupa. O
dia ideal para mim é aquele friozinho e com céu azul sem nuvens, mas claro,
não há do que reclamar, todos precisamos de chuva de vez em quando. Segundo
os livros de ciências, chuvas acontecem quando o ar quente e úmido sobe
rapidamente para as áreas mais frias da atmosfera. Em seguida o ar esfria e
formam-se as nuvens que depois de cheias precipitam-se.
Quando penso em chuva penso em casa, quando era criança a mãe ficava em casa
se chovia, e brincávamos todos juntos com massinha colorida feita com
farinha e sal, ela costurava roupinhas para as bonecas ou cozinhava algo
delicioso, então, gosto da chuva, sinto-me acolhida com o barulho, tenho a
sensação de que algo bom irá acontecer, não me importo em molhar o sapato; é
como se chegar em casa reservasse algo bom, sinto-me muito bem.
E na vida, o que são tempestades?
Crises acontecem a todo instante, somos seres mimados e tudo que discorda de
nós transforma-se em oponente, mas não precisa ser assim. Na família, por
exemplo, estamos no mesmo time, por mais que discordemos jogamos do mesmo
lado para vencer; não somos adversários.
Costumo dizer que a vida seria bem mais simples se houvessem mais mediadores
entre nós. Observe que toda vez que algo ruim acontece, temos a necessidade
de compartilhar. O problema é que as pessoas não conseguem apenas ouvir,
elas tem que dar palpite, colocam mais lenha na fogueira e acabam dando
conselhos que pioram a situação, não resolvem. De repente uma pequena rusga
transforma-se em crise e vem a tempestade.
Da
mesma forma circunstâncias acontecem, maus negócios, desemprego, doenças,
violências, não podemos controlar, assim como não controlamos a chuva.
Gastamos uma energia tremenda com coisas que não nos
competem, estão além do nosso alcance, respondemos com mais crise e
simplesmente não resolve.
Discutir com a chuva, xingá-la, maldizê-la resolve? Não!
O que resolve? Ficar em casa ? Pegar o guarda-chuva e as galochas? Perceba
que não são as tempestades, é o nosso jeito de reagir a elas.
A chuva por si só é algo bom, precisamos de água para sobreviver, da mesma
forma as crises forjam nosso caráter, assim como o fogo forja o ouro
eliminando as impurezas, as tempestades extraem de
nós o que somos. A pergunta é: vamos ficar
com as impurezas ou com o metal precioso?
Digo e repito que nada acontece por acaso, há um propósito para tudo que
acontece. Responda com maturidade, não fuja do que lhe cabe, abra os olhos e
o coração e encare a chuva, vista algo adequado, coloque um sapato que
agüente a situação, use um bom guarda-chuva e vá fazer o que precisa ser
feito, não desista dos seus, não desista do propósito para o qual você foi
criado, siga em frente!
Sem tempestade não
há bonança. Lute!
Autoria:
Victória Valiente
Publicado em 07/08/2017
Postado em 09/08/2017
Com a palavra os internautas:
Imagine se as vendas de uma mercearia não sofressem
quedas eventuais!
Imagine se durante o namoro não houvesse um ciuminho
bobo!
Imagine se no trabalho não houvesse uma única situação
tensa entre colegas de trabalho!
Imagine se entre cônjuges não houvesse uma situação em
que um ato requeresse perdão!
Imagine se a educação de filhos nunca merecesse um
cuidado a mais!
Seria, ou não, fácil demais a boa convivência?
Seria, ou não, monótona demais a convivência entre
cônjuges e/ou pais e filhos?
Seria, ou não, insossa, sem desafios, a vida entre
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