Ao longe, uma figura, no mínimo,
pitoresca chama a atenção por trajar uma
roupa típica de chofer dos anos 1950: o
comerciante aposentado, Silvestre
Minikowski, morador de Faxinal, Norte do
Paraná, explica que a roupa combina com
seu caminhão, um Chevrolet 1951. ''O
quepe, a roupa e um cachimbo são
característicos da época. Meu pai e meu
avô trabalharam como chofer. Eu era
menino e isso marcou'', relata.
Na
cor verde petróleo, com um motor seis
cilindros à gasolina, o veículo
impressiona pela originalidade e riqueza
em detalhes muito bem conservados. Com
painel de marcadores, o caminhão parece
ter sido tirado recentemente da loja.
Também pudera: Minikowski se esforça
para tornar o caminhão atrativo, não só
para apaixonados por antigomobilismo.
''Tenho o caminhão há uns sete anos.
Nesse tempo fui para os Estados Unidos
duas vezes e voltei com a mala cheia de
peças'', conta.
Dessas viagens
vieram as borrachas das portas e do
tanque, parabrisas e emblemas, que hoje
conferem ao caminhão um ar quase que de
zero quilômetro, embora tenha mais de 60
anos de fabricação.
Nada moderno em vista dos caminhões
produzidos atualmente, o Chevrolet de
câmbio quatro marchas - a primeira e a
segunda em caixa seca e a terceira e a
quarta sincronizadas -precisa ser levado
''no braço'' pelo seu condutor, aonde
quer que vá. ''É simples de dirigir e
isso é que dá prazer. Eu utilizo ele na
cidade às vezes e o motor responde
bem'', argumenta Minikowski, que já fez
até pequenas travessias entre municípios
a bordo do 1951.
Chama atenção no
veículo, ainda, a sua carroceria.
Preparada para 5 mil quilos, muito
embora o aposentado evite colocar muita
coisa ali, ela se notabiliza por sua
pintura externa. Impressiona a maneira
como os riscos são trabalhados na
madeira e a impressão de frescor do
material utilizado. "A pintura do
caminhão era exatamente assim na época
em que ele foi feito e procuro tomar o
máximo cuidado com a conservação", diz
Minikowski, orgulhoso.
Além da raridade
que conduz e dos trajes que veste, a
figura do aposentado desperta interesse
e curiosidade. Uma de suas
excentricidades são as notas de dinheiro
antigo - do período que seu veículo foi
comercializado - que carrega consigo.
"Esse dinheiro correu de 1948 a 1962 e
para se comprar o meu Chevrolet eram
exatamente essas notas utilizadas",
detalha.
Aos interessados
em comprar o caminhão, Minikowski
garante "não tem nada à venda". De
acordo com ele, só na restauração foram
gastos cerca de R$ 30 mil e embora já
lhe tenham oferecido quase quatro vezes
esse valor, a recusa foi imediata. "Esse
caminhão fez parte dos meus tempos de
menino e não planejo vendê-lo", avisa.
Fonte:
Folha
Os
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