Meia, Meia, Meia, Meia ou Meia?
Alguns críticos dizem que não existe língua brasileira.
Dizem que temos a língua portuguesa, do Brasil.
Isso não é tão importante como as dificuldades que
um estrangeiro enfrenta até aprender nossa língua, ou mesmo alguém de fala
portuguesa, que venha de fora do Brasil.
Gerou curiosidade?
Então vamos a um registro que nos foi gentilmente
enviado pelo Contador Antonio Breda:
A língua
portuguesa é uma das mais difíceis do mundo, até para nós.
A seguir algumas
pérolas do português praticado no Brasil ...
Na recepção dum
salão de convenções, em Fortaleza
- Por favor,
gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso.
- Pelo seu sotaque
vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo,
Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da
África.
- Aqui está cheio
de africanos, vindos de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade. Mas
se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço
antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma
palestra agora na sala
meia
oito.
- Desculpe, qual
sala?
-
Meia
oito.
- Podes escrever?
- Não sabe o que é
meia
oito?
Sessenta e oito, assim, veja: 68.
- Ah, entendi,
*meia* é
*seis*.
- Isso mesmo,
meia é seis.
-
Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está
cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas,
etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que
pagar?
- Dez reais. Mas
estrangeiros e estudantes pagam *meia*.
- Hmmm! que bom.
Ai está: *seis*
reais.
- Não, o senhor
paga meia.
Só cinco,
entende?
- Pago meia? Só
cinco?
*Meia* é *cinco*?
- Isso,
meia é cinco.
- Tá bom,
*meia* é *cinco*.
- Cuidado para não
se atrasar, a palestra começa às nove e
meia.
- Então já começou
há quinze minutos, são nove e vinte.
- Não, ainda
faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e
meia.
- Pensei que fosse
as 9:05, pois
*meia* não é
*cinco*?
-
Você pode escrever aqui a hora que começa?
- Nove e meia,
assim, veja: 9:30
- Ah, entendi,
*meia* é *trinta*.
- Isso, mesmo,
nove e trinta.
-
Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um
preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na
casa de um amigo.
- Em que bairro?
- No
Trinta
Bocas.
-
Trinta
bocas? Não existe
esse bairro em Fortaleza, não seria no
Seis
Bocas?
- Isso mesmo, no
bairro
*Meia*
Boca.
-
Não é meia boca,
é um bairro nobre.
- Então deve ser
*cinco*
bocas.
- Não,
Seis
Bocas, entende,
Seis Bocas.
-
Chamam assim porque há um encontro de
seis ruas,
por isso seis bocas. Entendeu?
- Acabou?
- Não. Senhor, é
proibido entrar no evento de sandálias. Coloque uma
meia
e um sapato...
O africano
enfartou...
Tá, você riu,
mas pense:
Pra Sala 68,
Meia é 6;
Pro preço do
material de R$ 10 o estudante paga meia,
então Meia é 5;
Pro horário do
início do congresso às 9:30 (nove e meia),
Meia é 30;
Pro bairro
"Seis Bocas" onde mora o amigo, não é nem 30
Bocas, nem 5 Bocas, nem Meia Boca, mas 6
Bocas.
Pra sandália,
não permitida, como é que o africano só
usaria meia e sapato? Cortaria a sandália
pela metade?
Não! Ele
usaria um par de meias (No Rio Grande
aprendemos como carpim) e um par de sapatos.
Então? Não ria
do estrangeiro!
Postado em 13/07/2015
Ah, e você põe o chapéu, veste a calça e calça o
sapato?
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