Repetindo:
O
Carnaval poderia ser sem reservas
Muitas das festas em religiões cristãs
têm origem nos povos pagãos. A "igreja" para conquistar adeptos, lá num
tempo bem distante, tolerou algumas 'divindades', adaptando-as, por vezes,
para que mais pessoas aceitassem a pregação do Evangelho.
No Brasil, o sincretismo religioso,
na Bahia, é um exemplo muito claro disso, mas aí entra o 'governo'
e ...
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... diz, propaga, que no Carnaval você tem que usar preservativo (tem que
usar camisinha); você pode aproveitar ao máximo os dias de folia; você pode
consumir bebidas alcoólicas, energéticos, mas não esquecer da água, e por aí
vai.
Uma frase pra se pensar. Não é tão recente! O
autor? Leia a frase, e saberá de quem é a autoria:
"Como
enfim a sem-vergonhice está no fundo da natureza humana e como não há lodo
que não goste de aparecer ao sol, inventou-se o carnaval, - três dias
libérrimos, setenta e duas horas descaradas em que ficou estabelecido que
todos os vícios podem andar à solta, cabriolando na praça pública, de
garrafa desarrolhada na mão e perna leve no pincho do can-can."
Olavo Bilac
Se a descrição não lhe agradar, rebele-se
contra o autor!
Agora, voltando à realidade dos dias atuais:
Preste
atenção no desenho de Maurício de Souza! Se para estes meninos você
ensinar que o Carnaval não é bem isso que eles vivem nas matinês nos clubes,
mas sim que, no futuro (quando mais crescidinhos) eles terão a oportunidade
de participar do "verdadeiro carnaval" que enaltece o sexo, as orgias, as
drogas, e coisas do tipo, acredito que venha a ser um paradoxo. Ou não?
Tudo bem que o 'carnival' é a festa da
carne, tudo bem que enaltece o 'momo', uma figura anti-cristo, tudo bem que
muitos dos participantes não têm energia para sentar tranquilos, por 1 hora
num banco de igreja, mas tem força e vigor para passar uma noite pulando e
dançando, mas dizer que o Carnaval é a festa do sexo?!
Por mais que alguém seja contra o Carnaval,
indubitavelmente já prestou atenção na letra de marchinhas utilizadas para
chamar para a festa. Ou quando a TV faz a cobertura do Carnaval em São Paulo
e no Rio de Janeiro (com maior ênfase), muitos já deram uma espiadinha, pelo
menos, para ver algum desfile.
Então preste atenção no enredo, no assunto
explorado por cada uma das escolas de samba que desfila nas 'avenidas'!
São histórias lindas (na maioria), resgates de
fatos da história brasileira, ou universal, homenagens a personagens
ilustres, obras monumentais (Itaipu), atrativos turísticos (Cataratas)...
Como podemos associar orgias com um desfile, como podemos associar relações
sexuais entre passistas, como podemos associar sexo com o carnaval em clubes
da cidade? No mínimo alguém está querendo distorcer o sentido, querendo
estimular o incauto a gastar com bebidas, com energéticos, com
preservativos...
Carnaval, é dinheiro, é comércio, é
possibilidade de lucro, mas da forma em que tem sido divulgado, pelo menos
cultura é o que não é, até prova em contrário. Para ter a exclusividade da
venda de cerveja o distribuidor paga uma cota para ajudar no custeio do
evento. É propaganda? É! Visa apenas propiciar alegria aos foliões e à
plateia, ou visa retorno financeiro? Quem consegue uma tenda para venda de
lanches, o faz a preço de custo, para alegria dos participantes, ou visa
lucro?
Atente: Uma família leva as crianças
para brincar de 'carnaval' no clube; ficam em salões diferentes. Pode você
no uso de sua capacidade mental imaginar que, enquanto as crianças estão
brincando saudavelmente num salão, os pais estariam praticando sexo com
pessoas desconhecidas, só porque usam máscaras, no outro salão? Dá licença!
Em Foz do Iguaçu, temos a "Canja do Galo
Inácio" há vários anos. Quer dizer que as empresas e entidades que se
empenham para que a canja seja preparada, e vendida, aos foliões é para
estimulá-los ao sexo descuidado, descompromissado? Quer dizer que os
voluntários e as voluntárias que se empenham em preparar a canja, pais de
jovens que estejam participando da 'folia', da festa, estariam preparando a
canja para que estes jovens, seus filhos, ficassem fortalecidos para o sexo,
tão alardeado institucionalmente?
Quer dizer que a Fundação Cultural, o Provopar,
os demais envolvidos, ao estimular doadores, ao estimular foliões, ao
comercializar a "canja" estariam estimulando o sexo para angariar fundos (em
2012) para a APASFI, entidade que cuida de surdos mudos? Repense!
Já não seria a hora de corrigir os rumos? Que
desvios acontecem, é verdade, mas institucionalizar isso, como se: "Se você
não levar a camisinha, você não vai poder participar do Carnaval!", ou: "Sem
camisinha, não dá!" ???
O que dizer de adolescentes e jovens que são
tirados do caminho das drogas e incentivados a se tornarem ritmistas, com
disciplina? O que dizer das costureiras e dos alfaiates que, (muitos)
voluntariamente se empenham em preparar as fantasias para os que
participarão dos desfiles? Estariam todos pregando o sexo livre?
Aos organizadores cabe a missão de ajudar a
construir um mundo melhor, ajudar a mídia a preparar um 'discurso' mais
coerente. É claro que o sexo existe porque Deus o criou para que a
humanidade se preservasse sobre a terra, e também para que os casais se
satisfizessem mutuamente, mas deturpar o sentido, vai da cabeça de cada um,
e da (ir)responsabilidade de cada um.
O que dizer, então das iniciativas de jovens,
de igrejas, que propagam, que convidam para o 'carnaval cristão'. Quer dizer
que ali o demônio não ataca? Quer dizer que ali só participam os 'santos'?
Quer dizer que ali a alegria é pela metade, porque aos participantes não é
permitido imaginar-se formar um par com alguém desconhecido, até então? Uai!
Tchê! Pô, meu!
Também em Foz já houve voluntários de uma
denominação religiosa, cristã, que ofereceram copos de água mineral aos
foliões, gratuitamente, ao fim da festa, sem deixar de levar uma palavra de
conforto, assegurando que Jesus morreu por eles, permitindo que eles
vivessem a vida à sua maneira, mas alertados para que agissem com
responsabilidade por seus atos. Estariam estes voluntários também
estimulando os foliões a se manterem saudáveis para promover o sexo
indiscriminado, no Carnaval? Pára com isso!
Eu não preciso participar, tu não precisas
participar, mas podemos tolerar, podemos apreciar, podemos ajudar para que a
festa (que acontece, nós querendo ou não), seja um evento saudável. Agora,
participar do carnaval, sem limites, sem responsabilidades, e depois, na
'quarta-feira de cinzas', se mostrar um fiel arrependido que quer viver
abstenções na Quaresma, para exteriorizar o remorso pelo que os judeus
fizeram com Cristo, até sua morte de cruz, pelo menos, parece dúbio.
Deixamos um convite para que pesquises
sobre " A
Origem
do
Carnaval"
e "A
História
do
Carnaval".
Com isso terás informação suficiente
para saber como encará-lo.
Se, depois de ler e apreciar o que
escrevemos, tiveres mais interesse,
pesquisa em sites de busca.
Os jornais também são fonte rica de
informações e notícias do Carnaval.
Edvino
Borkenhagen
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