Não é com relação a 'abrir a mão' - ser
benevolente, ser caridoso, dar esmolas, mas tempo de resistir a algumas
tentações,
algumas
'alegrias' sem no entanto ter de ficar triste, tempo de refletir sobre a
própria fé, tempo de lembrar um pouco mais do próximo.
Havia tempos em que a cristandade
não realizava bailes, não se excedia no volume de músicas, não
celebrava grandes comemorações no tempo da Quaresma.
Claro, os tempos mudaram, pois
tivemos influências de religiões não-cristãs, assim como ramos do
cristianismo que cresceram muito com a pregação, talvez bastante com
apego ao material e que, não aceitam as comemorações de Natal,
Páscoa, Pentecostes, por exemplo.
Abrir mão? Sim, Deus abriu mão de
Seu Filho Jesus Cristo (em favor da humanidade); Jesus abriu mão de sua vida
(em favor da humanidade); e nós um dia também teremos que abrir mão da
nossa, para morar no céu, se é que acreditamos nisso!
Pode ser que na fé que você
professa não haja o tempo da Quaresma - tempo entre a quarta-feira de cinzas
(1º dia após o Carnaval) e a sexta-feira santa (sexta-feira antes da
Páscoa). Nesse tempo as igrejas dão ênfase para a reflexão. No altar e
demais equipamentos, a cor (dos paramentos) é o roxo, não como sinal de
tristeza, mas penitência.
Nos primórdios da Era Cristã eram 3 os
dias de preparação (oração, meditação e jejum) para a Páscoa, possivelmente
os três dias apregoados, na Bíblia, como o sofrimento, a morte e a
ressurreição de Jesus, tendo sido aumentado pela igreja cristã (romana) da
época, para 40 dias (não contados os domingos já dedicados como dia do
Senhor, senão em dias corridos teríamos 47 dias). É um simbolismo derivado
do entendimento bíblico.
Quaresma: a) - os quarenta dias do
dilúvio; b) - os quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto;
c) - os quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha; d) - os quarenta
dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública.
Talvez na sua crença não se ensine que
existe o Calendário Eclesiástico - o Ano da Igreja - que inicia com o
domingo do Advento e conclui o tempo festivo com o Pentecostes e o domingo
subsequente, da Santíssima Trindade, passando os domingos seguintes a serem
chamados como "domingo comum" ou "domingo pós-pentecostes", nas igrejas
católicas ou protestantes históricas.
No meio católico se prega mais
enfaticamente a abstinência a certos alimentos no período da quaresma,
enquanto que em outras apenas se sugere o 'abrir mão' em respeito à
quaresma, pois estas ensinam que não é o exterior, a iniciativa dos humanos,
que vai nos garantir a salvação, a vida eterna, considerando que é bíblico
que não é o que entra no homem que o contamina, mas o que sai do homem.
Então, 'abrir mão' é também nos policiarmos com relação aos termos que
empregamos em nosso falar, nos policiarmos com relação a certas gracinhas,
certas piadinhas, que proferimos, o que nos permitirá viver mais
intensamente o sentido da Quaresma.
Certamente não morrerá, fisicamente, quem
comer determinados alimentos no período da quaresma, mas que por seu agir
não escandalize outros que os prefiram evitar nesse período.
A tolerância religiosa, a convivência com
outras crenças, deve nos permitir testemunhar a nossa fé, mas nunca querer
impor nossa fé aos demais, a exemplo daqueles que pregam "Se você não virar
para a minha igreja, você não vai ser salvo!".
Em certa passagem bíblica lemos: "Tudo me
é lícito, mas nem tudo me convém".
Em Foz do Iguaçu, onde cerca de 70 etnias
têm seus representantes, é sabido que cada povo traz junto sua crença e,
pela liberdade religiosa brasileira, a pode professar, realizar seus cultos,
suas celebrações, seus jejuns, sua caridade, enfim, viver livremente sua
religiosidade. Oxalá possamos manter o Brasil como um exemplo de paz entre
religiões e não permitir que a que detenha a supremacia (maioria de adeptos)
imponha suas regras aos demais!
Só para fechar (com recursos da
Wikipédia): Jesus, antes de iniciar sua vida pública,
logo após ter sido batizado por João no rio Jordão, passou 40 dias no
deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que ele teve em se
preparar para a missão que o esperava. Contam os Evangelhos que no deserto
Jesus era conduzido pelo Espírito, o que quer significar que vivia em oração
e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para sua vida e como atuaria a
partir de então. No tempo que passou no deserto Jesus teve uma profunda
experiência de encontro com o Pai. E, tendo vivido intensamente esse
encontro, foi tentado pelo diabo. As tentações vividas por Jesus são usadas
pelas religiões cristãs como alerta aos fieis para o fato de eles também
poderem ter de suportar algo semelhante, um dia. Então, viver o 'abrir
mão', nos permite valorizar mais
os ensinamentos que dizemos (como cristãos) serem os que professamos e
testemunhamos
Se, depois de ler e apreciar o que
escrevemos, tiveres material, de fácil compreensão,
que possa esclarecer o que é Quaresma em tua religião, envia-o para nós.
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Edvino
Borkenhagen
Quaresma
- Paixão - Páscoa
Para o Cristianismo o período da
Quaresma, é o tempo maior parareflexão sobre o Cristo que foi morto,
sepultado, que ressuscitou, segundo os relatos bíblicos. Isso não dá para
ignorar.
A Semana da Paixão é o tempo de maior
sofrimento de Jesus, até ser pregado na cruz. De forma diversa entre si
pregam as religiões cristãs,
acerca deste assunto.
Já no Domingo da Páscoa, quando é
comemorada a vitória de Jesus sobre a morte, o alento é para que, se
aceitarmos esse ensino como verdade, os céus serão nossa herança.
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