Congresso Nacional promove vergonhoso
tributo à corrupção
Metade do Congresso se declara incapacitado
para representar o povo
O dia 29 de agosto deste ano (2013) passa
para o calendário nacional como mais um dia fatídico de agressão à ética, à
moral, aos bons costumes e ao eleitor brasileiro. Mais um dia vergonhoso,
entre muitos embrenhados nas atitudes indecorosas de nossos representantes
no Congresso Nacional. Enquanto manifestantes clamam nas ruas de todo o país
pelo respeito ao dinheiro público, deputados manifestam publicamente seu
Tributo à Corrupção.
É
vergonhoso, uma afronta imperdoável, em que só o encarceramento dessa horda
de cúmplices manifestos justificaria o não fechamento do Congresso Nacional.
Como explicar isso aos nossos filhos? Nesse dia, metade dos nossos
legisladores se declarou através do voto secreto, incapacitados para
representar o povo. Este é um momento singular de reflexão nacional – de
incitação da ordem considerando os maléficos desejos secretos de marginais
de gravatas, estampados no placar eletrônico da nossa maior casa de leis.
Desejo execrável da maioria de nossos danosos e irreparáveis parlamentares.
Nesse dia, o plenário da Câmara rejeitou o
processo de cassação do deputado com nome de faraó, Natan Donadon (PMDB/RO),
julgado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 13 anos de prisão por
formação de quadrilha e peculato (desvio de dinheiro público). Sua pena
deverá ser cumprida na
Penitenciária da Papuda em Brasília, mas, continua deputado por desejo
secreto alojado no coração dos colegas de bancada. O “faraó” Donadon teria
desviado 8,4 milhões da Assembléia Legislativa de Rondônia. A grande dúvida
é sobre o lapso criado na lei, pelo paradoxo da não cassação dos que
compactuam com a corrupção! Os deputados coniventes com a escandalosa
roubalheira não deveriam ser presos junto com ele? Todos que não cassaram o
mandato do condenado deveriam não ser transformados em caça?
Quem protege bandido é porque também é ou
seria apenas simpatizante? Seria troca de favores? Rabo preso? Nem medidas
corporativistas justificam manter uma fruta podre dentro do cesto. Votar em
bandido julgado e condenado pela justiça é no mínimo declarar conivência aos
atos praticados pelo condenado. Com este ato, metade do Congresso Nacional
se declara abertamente apto a tirar o couro do contribuinte. Nossos
políticos perderam a noção de ética e de dignidade. Deveriam ser
considerados incapazes politicamente de representar o povo. Passaram a
confundir imunidade com impunidade. Vamos continuar com atos lúdicos nas
ruas gritando e cantando o hino nacional?