Alguns dos
principais bancos e instituições financeiras
trabalham com a expectativa de expansão do
crédito para pequenas e médias empresas este
ano.
Valor Econômico traz matéria em que ouviu,
Bradesco, Santander, Itaú e Caixa Econômica.
Do
BNDES ouviu: "Cartão BNDES bateu recorde de
desembolsos e a expectativa é manter a
trajetória de crescimento em função, da entrada
da bandeira Cabal Brasil e de novos bancos
emissores como o Banco do Nordeste e o Bancoob".
Já és cooperado no
SICOOB?
A íntegra da publicação, em
27/02/2013:
Paulo Vasconcellos - Alguns dos principais
bancos e instituições financeiras trabalham com a expectativa de
expansão do crédito para pequenas e médias empresas este ano. Nem todos
divulgam o desempenho de suas carteiras de financiamento no ano passado
por causa do período de silêncio que antecede a divulgação dos balanços
anuais, mas ainda assim apontam para um resultado melhor que o de 2011.
Num cenário de taxas de juros estabilizadas e manutenção dos níveis de
inadimplência uma das estratégias é oferecer maior diversidade de linhas
de financiamento.
No Bradesco, o desempenho da carteira
dirigida a pequenas e médias empresas teve crescimento abaixo da
carteira geral de crédito: 10,6%, no ano, e 3,7%, no último trimestre,
em comparação a 11,05% e 3,7% em 2011. O banco registrou redução nas
margens financeiras, de 7,6% para 7,3%, porque acompanhou o movimento da
concorrência puxado pela política do governo de queda da taxa de juros.
A inadimplência teve estabilização e, no
caso da MPMEs, registrou até redução. A taxa total de inadimplência do
banco ficou em 4,1%, em dezembro de 2012, com 6,2% para pessoas físicas,
4,2% para micros, pequenas e médias e 0,3% para as grandes empresas. O
estoque da carteira de crédito, em 31 de dezembro, era de R$ 385,5
bilhões, dos quais R$ 115,3 bilhões direcionados a MPMEs. Além disso, o
Bradesco repassou para o segmento R$ 8,4 bilhões em recursos do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Já percebemos no primeiro mês indicadores
melhores dos que os de janeiro de 2012. Não é nenhuma grande explosão,
mas os percentuais estão acima dos do ano passado", diz José Ramos Rocha
Neto, diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco. A linha com
maior demanda foi a do capital de giro. A taxa de juros varia de 2,29% a
5,04%, dependendo das garantias e tempo de conta no banco. Essa linha de
financiamento cresceu 7% no ano todo e 5,6% no último trimestre de 2012,
enquanto a carteira de crédito total do banco teve cresceu 13,1% e 4,2%.
O CDC Veículo, linha de financiamento de veículos para pessoa jurídica
com juro inicial de 0,83% ao mês, registrou variação positiva de 15% no
ano e 6,1% no último trimestre. A expectativa é que o crédito tenha
expansão de 13% a 17% neste ano em comparação a 3,5% do PIB previsto
pelo governo.
A carteira de crédito a pequenas e médias
empresas do Santander, que cresceu 14,5% em 2012, acima da média do
mercado, começou o ano na mesma velocidade. Dois produtos se destacam: o
Super Giro Premium Plus e o Giro Modernização. No primeiro, o contrato
pode ser de 12, 18 ou 24 meses. A taxa de juros, de 2,30% mês, cai para
1,10% nas últimas parcelas se o cliente pagar pontualmente todas as
mensalidades. Além disso, ele pode ser beneficiado com a isenção do
último pagamento se houver queda na taxa de juros referencial, a TR. Já
na linha Giro Modernização, o pequeno e medido empresário tem até 60
meses, com carência de seis meses, para conseguir financiamento para a
reforma ou ampliação do seu negócio, aquisição de imóveis, alteração na
infraestrutura da loja ou a modernização do estabelecimento.
"A tendência do Santander é trabalhar os
recebíveis, principalmente de cheques e duplicatas, e capital de giro.
Quando lançamos o Super Giro Premium Plus, há quatro anos, atendemos aos
pedidos dos clientes que reivindicavam um benefício pela pontualidade",
diz Cristiane Nogueira, superintendente de pequenas e médias empresas do
banco.
O Itaú Unibanco, que encerrou 2012 com
mais de R$ 1 trilhão em ativos totais, mantém a tendência de crédito
embalada pela trajetória descendente da inadimplência. A expectativa
para 2013 é que o crescimento no segmento de pequenas e médias chegue a
19%. "A previsão é de uma expansão maior este ano até porque o perfil da
inadimplência está em queda", diz Rogério Calderón, diretor de
controladoria corporativa do Itaú Unibanco. "Todo o cenário é positivo.
Há expectativa de retomada da indústria e grandes possibilidades de
investimento em turismo e comércio com a proximidade das copas das
Confederações e do Mundo", afirma Carlos Eduardo Maccariello, diretor de
produtos do Itaú Empresas.
A principal linha de crédito do banco para
pequenas e médias empresas é o Giropress, de capital de giro, com prazo
de 12 a 48 meses e juros que podem chegar a 1,50% ao mês - abaixo do
praticado pelo mercado de crédito em geral que, segundo balanço semanal
do Banco Central, tem ficado em torno de 19% ao ano. O balanço do banco
fechou com um estoque de crédito contratado por pequenas e médias
empresas em 31 de dezembro de 2012 de R$ 88,9 bilhões. O saldo ficou
estável durante o ano.
"Continuamos com um ritmo forte de
crescimento na expansão do crédito", diz Roberto Derziê de Sant'Anna,
diretor-executivo de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal. O
principal produto do banco para pequenas e médias empresas é o Giro
Caixa Fácil, que financia até R$ 1 milhão de capital de giro, com taxa
única de 0,94% ao mês e prazo de pagamento de dois a 40 meses. O banco
oferece também o Giro Caixa Múltiplo de antecipação de recebíveis das
empresas com limite vinculado à conta e taxa de juros de 1% ao mês. "O
cliente só paga pelo uso efetivo do dinheiro e se usar o limite apenas
metade do mês paga meio por cento de juros", diz Roberto Derziê de
Sant'Anna.
Os desembolsos do sistema BNDES para
micro, pequenas e médias empresas em 2012 atingiram R$ 50,1 bilhões,
variação de 0,93% na comparação com 2011. Para as micros foram
destinados R$ 23,8 bilhões - 2,55% a mais em relação ao período de
janeiro a dezembro do ano anterior. Para as pequenas foram R$ R$ 12,5
bilhões, ou mais 4,25%. Já para as médias foram R$ 13,7 bilhões,
decréscimo de 4,46%. O Cartão BNDES bateu recorde de desembolsos e a
expectativa é manter a trajetória de crescimento em função,
especialmente, da entrada da bandeira Cabal Brasil e de novos bancos
emissores como o Banco do Nordeste e o Bancoob.
Em 2012, foram realizadas mais de 707 mil
transações no Portal de Operações, num total de R$ 9,54 bilhões em
financiamentos, com crescimento de 26,4% em relação ao ano anterior. O
Cartão BNDES consiste em uma linha de crédito rotativo e pré-aprovada
exclusiva para micro, pequenas e médias empresas, com limite de até R$ 1
milhão por banco emissor (Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica
Federal, Banrisul e Itaú), taxa de juros de 0,91 % ao mês, em janeiro de
2013, e pagamento em até 48 prestações mensais fixas, sem anuidade.