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O que tu entendes de mundo virtual?

Tu que lês jornal, seja ele impresso ou virtual, não deves ser dos mais pobres. Estás acostumado/a com a Internet, mas talvez nem saibas o que é viver no 'mundo virtual'.

Ousadia? Pois muita gente se diz muito sabidinha, mas na ‘hora do pega’, é “Control C” e “Control V”, que sabe fazer. De consistente oferece muito pouco. O jovem que muito navega em redes sociais, se torna conhecido de tanta gente “virtual”, mas na ‘hora do pega’, a família lhe parece um fardo; os pais lhe parecem exigentes ou de outra época; as notícias do dia-a-dia, deixa pra lá; os filmes são de ação, de brutalidade, de muitas mortes, de cenas macabras, mas de construtivo para seu intelecto, muito pouco, de enaltecedor para seu espírito, quase nada.

Ocorre-me a história do programador de computador, homem do ‘mundo virtual’, sempre apressado em busca de soluções para os outros, mais ou menos assim:

Cheguei apressado e com muita fome ao restaurante. [Deve ter sido um do tipo "Capitão Bar", ou "Bier Garten", onde a refeição pode ser saboreada a céu aberto].

Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias, que há tempos não sei o que são.

Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga, uma salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime é regime, né?

Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:

-Tio, dá um trocado?

- Não tenho, menino.

- Só uma moedinha para comprar um pão.

- Está bem, compro um para você.

Para variar, vi que minha caixa de entrada estava lotada de e-mails. Me distraí vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Teve uma música me levou a Londres e a boas lembranças de tempos idos.

- Tio, pode pedir para colocar margarina e queijo também?

Percebo que o menino tinha ficado ali.

- OK, mas depois me deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá?!

Chega a minha refeição e junto com ela o meu constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer "Sim!". Digo que está tudo bem.

- Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição decente para ele.

Então o menino se sentou à minha frente e perguntou:

- Tio, o que está fazendo?

- Estou lendo uns e-mails.

- O que são e-mails?

- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet.

Sabia que ele não iria entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários disse:

- É como se fosse uma carta, só que via Internet.

- O que é Internet, tio?

- É um local no computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no mundo virtual.

- E o que é virtual, tio?

Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente, na certeza que ele pouco vai entender e vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas.

- Virtual é um local que imaginamos algo que não podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.

- Legal isso. Gostei!

- Mocinho, você entendeu o que é virtual?

- Sim, tio, eu também vivo neste mundo virtual.

- Você tem computador?

- Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual.

Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo.

Eu fico cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou água para ele pensar que é sopa.

Minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o corpo.

Meu pai está na cadeia faz bastante tempo.

Eu sempre imagino nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos no Natal, e eu indo ao colégio para virar médico um dia.

- Isto não é virtual, tio?

- Pois olha, filho, come, senão vai esfriar!

Fechei meu notebook, não antes que lágrimas caíssem sobre o teclado.

Esperei que o menino terminasse de literalmente 'devorar' o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um dos mais belos, e sinceros, sorrisos que eu já recebi na vida, e com um 'Brigado tio, você é legal!'.

Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não percebemos!

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Muitas mensagens circulam pela Internet, mas quem as faz circular são pessoas tais como você e eu. Não é verdade?!

Pode ser que você nem tenha se emocionado com o episódio 'virtual' acima.

Talvez você nem recomende essa reflexão para as pessoas que merecem ler esse texto.

Talvez você surpreenderá, e emocionará, muitas pessoas indicando que acessem esta página.

Está na sua consciência! Obrigado por ter chegado até aqui! Deus ilumine seus pensamentos e guie suas ações!

Contribuiu: Edvino Borkenhagen

 

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