Título original:
No futebol e
nas organizações, é preciso unir talento e experiência
Antes
mesmo do término da trágica derrota de 7 a 1 para a Alemanha (na Copa do
Mundo - Fifa 2014), as pessoas já começavam a achar justificativas para o
que tinha acontecido. Tal comportamento é normal, pois diante da indignação
procuramos nos confortar em discursos e suposições. A maioria apontava erros
como time muito aberto, falta de meio de campo, sistema defensivo batendo
cabeça...
Entretanto, muitos se esqueceram de um detalhe
em especial que vai além do sistema tático: a maturidade.
Dos 23 convocados, 17 disputavam pela primeira vez
o torneio. E logo em casa,
com uma pressão absurda vinda de todos
os lados, com a “obrigação” do título.
Outro ponto a destacar é que o importante
setor de criação da equipe estava sob a responsabilidade de Neymar e Oscar,
ambos com apenas 22 anos. Bernard, o
escolhido pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a difícil missão de
substituir o craque do time contra os
alemães, era o caçula do elenco, com 21 anos.
Alguns até podem alegar que a maioria dos
atletas joga em grandes times no exterior, começou a carreira cedo, etc.,
mas não se pode confundir experiência com
maturidade profissional. E esta não é negociável, não está à
disposição nos melhores MBAs nem mesmo em grandes clubes europeus.
Maturidade só o tempo concede.
No dia da convocação, Scolari foi questionado
sobre a inexperiência do grupo e não se mostrava preocupado. “Esses
jogadores não vão sentir tanto a diferença de jogar uma liga europeia, ou um
campeonato forte, de jogar uma Copa do Mundo. Eu não acho que vai fazer
tanta diferença assim”, disse, na época. Mas não foi o que aconteceu,
Felipão.
Diante da Alemanha, a falta de maturidade
ficou evidente. Especialmente para lidar com as adversidades e a frustração
momentânea, e até para evitar um “apagão” como o que aconteceu e para lidar
com uma catástrofe.
Nada contra a Geração Y, muito pelo contrário.
Sou totalmente a favor dessa juventude que tem o poder de transgredir,
mudar, criar, inovar, mas desde que aliada à experiência e maturidade de
grandes líderes. Assim, aumentam as chances de os resultados serem
esplendorosos.
Não quero que esse texto seja mais uma das
tentativas de justificar a humilhante goleada, mas sim uma reflexão para
jovens e adultos.
É uma oportunidade
para que os líderes, tanto os de equipes esportivas quanto os do mundo
corporativo, aproveitem para refletir. Que sirva de exemplo para
que eles, ao formar suas equipes, possam compor juventude e maturidade,
entender que a inovação anda de mãos dadas com o tempo e o aprendizado dos
mais experientes..
Autor: Maurício
Sampaio
Postado em
18/07/2014