Quanto de
recursos naturais você gasta?
Qual é a sua
pegada?
De
acordo com a Global Footprint Network, no dia 20
de agosto de 2013 teríamos chegado ao “Dia da
Sobrecarga da Terra”. A data marca o dia em que
a humanidade teria excedido o orçamento do
planeta para o ano e teria começado a operar no
vermelho. Pelo resto do ano, teríamos que manter
nosso déficit ecológico entrando nos estoques
locais de recursos naturais e acumulando dióxido
de carbono na atmosfera (www.footprintnetwork.org).
Dependendo do
jeito de como se interage com a natureza, os
dados da Global Footprint Network poderão até
ser relativizados. A entidade admite que a
metodologia que utiliza para medir as condições
ecológicas do planeta está em constante
aperfeiçoamento e que as projeções poderão
mudar, porém todos os modelos científicos
demonstram um padrão consistente: estaríamos bem
além do nosso orçamento, e nossa dívida estaria
se multiplicando para com o próprio ambiente
onde vivemos.
Nem todos os
países estão impactando sua biocapacidade,
contudo, todos estariam tendo suas reservas
ecológicas reduzidas. Para alguns a situação já
teria saído do controle há tempo. Grande exemplo
de crescimento econômico, e, para onde foram
muitas indústrias e empregos de diversos países
do mundo, a China já precisaria hoje de duas
Chinas e meia para manter seu suposto
“desenvolvimento”. Nessa linha, os Estados
Unidos precisariam de dois Estados Unidos, a
Itália de quatro e o Japão de nada menos do que
sete áreas do seu território. Na média do
consumo geral o mundo já estaria precisando de
um planeta e meio para se manter. Os dados
apresentados pela entidade mostram que estamos
no caminho de atingir uma demanda de recursos
equivalentes a dois planetas bem antes da metade
do século. Em meados dos anos de 1970 já
teríamos ultrapassado o limiar crítico: o
consumo humano passou a ultrapassar o que o
planeta é capaz de produzir. De lá para cá, as
coisas só pioraram.
Em programação
promovida pelo Mestrado de Desenvolvimento Rural
Sustentável da Unioeste (13/09), visando a
construção de parceria internacional com a
Universidad Nacional de La Plata (UNLP), o
professor Horácio Rodolfo Bozzano, daquela
universidade, dialogou com docentes e discentes
do programa, numa ótica metodológica da
pesquisa-ação sobre experiências de
desenvolvimento territorial em confronto.
Trata-se do que o docente nomina de construção
de “Inteligência territorial”. Segundo ele, não
existe a possibilidade de um curso para preparar
ou qualificar pessoas individualmente em
“Inteligência territorial”. A inteligência só
pode ser materializada a partir de uma postura
interdisciplinar, construída no diálogo
solidário e visa promover as identidades dos
lugares.
A proposta pode
permitir reflexões oportunas diante dos
relatórios levantados pela Global Footprint
Network no que concerne aos múltiplos
territórios de vida habitados por grupos
humanos. Sobre este aspecto poder-se-ia
pesquisar, por exemplo, em que estágio se
encontra as condições ecológicas da
Região Oeste do Paraná. Avaliar, por
exemplo, as necessidades reais dos seus
habitantes em relação aos recursos que são
retirados da região a pretexto de desenvolvê-la.
Numa sugestão do professor Bozzano, as
discussões para a materialização de uma
“inteligência territorial” voltada à região
poderiam iniciar suas atividades reflexivas a
partir de três perguntas:
-
Quem somos?
-
O que necessitamos?
-
O que queremos?
A despeito dos
questionamentos sobre os métodos de pesquisa
utilizados pela Global Footprint Network para
obter os resultados a que chegou,
parece haver
evidências preliminares suficientes de
que ainda não
conseguimos responder adequadamente as três
perguntas nestas últimas quatro décadas de
déficit ecológico.
Autor:
Tarcísio
Vanderlinde
Postado em
20/09/2013
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Responda as questões; e
Obtenha o resultado.
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que isso sirva de alerta para o seu consumo!
Acrescentado em
20/09/2013, às 23:29h
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