De algum tempo para cá a expressão "pedofilia"
passou a fazer parte do nosso cotidiano de maneira avassaladora, não
só o termo mas também denúncias de abuso
sexual: de pais a padrastos, de padres a pastores e de
"pobres diabos" a Strauss-Kahn.
Evidente a positividade de informações
que tragam à tona comportamentos reprováveis e que mereçam as malhas
da lei, mas neste processo, muitas vezes,
apressado e sob o calor de sentimentos que "ninguém conhece",
falta um ingrediente fundamental
no fazimento da justiça: o equilíbrio e o
bom senso.
Parece incongruência, mas de certo
modo voltamos às terríveis sombras do medievo, onde bastava um dedo
apontado para que a "infeliz bruxa" fosse interrogada ante os
auspícios da tortura legal, e após ser literalmente arrebentada sob
o escárnio dos carrascos (sempre haverá pessoas que tem prazer nesse
tipo de "serviço") confessava que realmente era bruxa e mantinha
íntima ligação com o "demo", daí para a fogueira era só o tempo de
juntar os "gravetos".
Hoje os dedos continuam os mesmos e o
"processo" de tortura vai sendo praticado pela sociedade sedenta de
"culpados" e pela imprensa carente de leitores sedentos de culpados,
ou seja: fora os gravetos, não mudou muita coisa.
O pior de tudo isso é que no afã de
"condenar os culpados" acabamos com a vida dos inocentes, esse
roteiro amiúde é constatado nas sentenças absolutórias.
Mesmo inocente o indivíduo carrega
para sempre a marca que lhe foi imposta, não com ferro em brasa,
pior que isso, sai do evento com a alma para sempre deformada sendo
muito difícil a recuperação.
A neura social hoje chega a tal ponto,
que em certos casos dá até "medo" de pegar
uma criança no colo ou fazer uma brincadeira com um adolescente,
isso pode ser "mal interpretado", alguém pode "achar" que houve um
"toque" indevido e desse momento em diante a fogueira já estará
acesa, não faltando interessados em jogar lenha no fogo
alimentado não raras vezes pela inveja ou mesmo por reles
mesquinharia.
O dilema de acusar indevidamente
parece ser um "demônio" que jamais vai abandonar o homem, por mais
que viva e evolua ele não consegue compreender que para acusar é
preciso perceber que certeza nada tem a ver com verdade e esta de
tão complexa não foi definida objetivamente nem pelo próprio Cristo.
Julgar é preciso, mas
fora do eixo equilíbrio e bom senso jamais
nos afastaremos das fogueiras da Idade Média.
Autoria:
Rogério Antônio Lopes
Observação:
Publicamos o artigo acima por vermos nele que o Dr.Rogério, 1 dia
após termos publicado o medo de ser incriminado em responsabilidade
por dano moral, publica artigo sobre o medo de segurar uma criança
ou de brincar com um adolescente.
Fobias estão sendo instaladas por
força de leis, sejam estaduais ou nacionais. A cada dia é maior o
cuidado a se tomar para não ser mal interpretado.
Já leu
o caso da empregadora de Rio
Bonito - RJ, que foi multada em R$ 150 mil
por danos morais?
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