Um artigo no Medical News Today, nos dá combustível para a coluna desta semana:
À medida que a população mundial envelhece, cada vez mais pessoas correm o risco de contrair demência.
De acordo com as estimativas mais recentes, cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo atualmente têm demência, e estima-se que atinja mais de 130 milhões de pessoas até 2050.
É por isso que a pesquisa sobre demência é tão vital. No último estudo, pesquisadores do Inserm – Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, em Paris, França – em colaboração com cientistas da University College London (UCL), no Reino Unido, decidiram descobrir qual o efeito que o consumo de álcool da meia-idade até a velhice tem sobre os padrões de demência.
Séverine Sabia e sua equipe de pesquisadores estudaram 9.087 participantes com idades entre 35 e 55 anos no início do estudo. Os pesquisadores avaliaram o consumo de álcool e a potencial dependência dos participantes regularmente, fazendo uso de questionários e observando as internações hospitalares relacionadas ao álcool.
Eles olharam registros hospitalares para casos de demência, bem como para quaisquer condições ligadas ao diabetes ou doença cardíaca. O tempo médio de seguimento do estudo foi de 23 anos e verificou-se que, durante esse período, 397 dos participantes desenvolveram diabetes.
Os resultados mostraram que tanto beber muito quanto se abster de álcool na meia-idade aumentaram o risco de demência quando comparados com a ingestão de bebida leve a moderada. [Beber muito ou se abster, pode deixar demente]. Eles também descobriram que as internações hospitalares relacionadas ao álcool aumentaram o risco de demência em quatro vezes.
Estranhamente, os pesquisadores também descobriram que a abstinência a longo prazo também se correlaciona com um risco aumentado de demência. Isto é possivelmente devido a uma maior incidência de condições cardiometabólicas.
Segundo os autores do estudo, seus resultados "reforçam a evidência de que o consumo excessivo de álcool é um fator de risco para a demência". Eles também afirmam que seus resultados também "incentivam o uso de limiares mais baixos do consumo de álcool em diretrizes para promover a saúde cognitiva em idades mais avançadas", escrevem os autores.
Naturalmente, a equipe também adverte que os resultados "não devem motivar as pessoas que não bebem a começarem a beber, devido aos conhecidos efeitos prejudiciais do consumo de álcool na mortalidade, distúrbios neuropsiquiátricos, cirrose hepática e câncer".
Na verdade, Sevil Yasar, da Escola de Medicina Johns Hopkins em Baltimore, afirma que as pessoas ainda devem ter em mente que "o consumo de álcool de 1-14 unidades por semana pode beneficiar a saúde do cérebro; no entanto, as escolhas de álcool devem levar em conta todos os riscos associados, incluindo doenças do fígado e câncer".
Para homens o sugerido são 21 unidades e para as mulhereres, 14 unidades. Mas quanto é uma unidade? Uma lata de 350 ml de cerveja (padrão) é = 1,7 unidades. Então, para homens o consumo de até 4.323ml, ou 12 latas, e para mulheres, 2.882ml, ou 8 latas, de cerveja, por semana, segundo a OMS, é saudável.
Edvino Borkenhagen
Coluna Mensageiro – Registro 0123526, 18/08/2003 – Títulos e Documentos
Publicada em 30/11/2018 no jornal Gazeta Diário – Ano XXI – Mensagem 1.062
BORKENHAGEN – 35 ANOS ALERTANDO E ESCLARECENDO QUEM ACEITA!
Uma resposta
Gostei do artigo. Me pareceu muito equilibrado.