O que é ter 40 anos? – Capítulo I

Coluna Mensageiro
– Até há algum tempo se iniciava uma ata, assim: No dia dois de abril do ano de hum mil novecentos e oitenta e três de Nosso Senhor Jesus Cristo, foi celebrado um Contrato de Prestação de Serviços Contábeis entre a pessoa jurídica Melodia Comércio de Instrumentos Musicais Ltda., tendo como sócio-gerente o senhor Walter Mituru Koguti, e o profissional autônomo Edvino Borkenhagen, estabelecido à Avenida Beira Rio, 94, no Jardim América, em Foz do Iguaçu, Estado do Paraná.

Quando iniciou a atividade autônoma de profissional da contabilidade, o então acadêmico da FACISA – Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Foz do Iguaçu, aos 30 anos de idade, possuía a inscrição provisória – IP, do CRC-PR, e contava com 5 clientes.
As finanças, para tal início, não eram das melhores para quem era provedor para 1 esposa e 4 filhos.
Eleitas as prioridades da família, o pagamento da mensalidade da faculdade foi postergado.

Ocorreu que em certa data, houve uma fila de inadimplentes para conversar com o presidente da FUNEFI – Fundação Educacional de Foz do Iguaçu, mantenedora da FACISA, Sr.Narciso Valiati, de saudosa memória.
Quando chegou a vez do Edvino, este lhe apresentou sua situação: Havia saído de uma sociedade de três, iniciado a atividade com 5 clientes, mas o rendimento não era o suficiente para as necessidades da família, e assim não conseguiu pagar as 2 mais recentes mensalidades, o que lhe impedia de fazer as provas naquela semana.
O professor Narciso o encarou e lhe disse: “Eu estou precisando de um Contador. Você quer encarar?”
E a resposta do acadêmico foi: “Sim, eu encaro!”. Assim ele foi liberado para fazer as provas do bimestre.

Mal sabia o Edvino como estava a contabilidade da FUNEFI.
Havia na entidade um Conselho de Curadores, oriundos das mais expressivas instituições e empreendimentos comerciais, inclusive o prefeito municipal.
Cada presidente, desde o início, em 1977, chamava o Contador do seu empreendimento para, em caráter de serviço voluntário, atender a demanda contábil da instituição.
Eram elaborados relatórios com base à documentação existente para servir de prestação de contas anual, sujeitada ao, e aprovada pelo,  Conselho de Curadores, e a obrigação contábil se dava por satisfeita, mesmo sem ter sido processada a contabilidade.

Ocorre que, por ter sido criada por ato do Poder Público Municipal, a FUNEFI deveria, também, prestar contas ao Tribunal de Contas do Paraná.
E agora? Por onde começar? O professor Jaime Batista da Silva, que atuava na Prefeitura Municipal, e era professor na Faculdade, conhecia o Dr.Duílio Luiz Bento, de saudosa memória, Diretor de Contas Municipais, no Tribunal. Dele foram obtidas as orientações de como proceder, bem como prazo para a apresentação da Prestação de Contas, e ainda a permissão de serem contabilizados os documentos pela Contabilidade Mercantil e a Prestação de Contas, também pelos relatórios da Contabilidade Mercantil. Isso foi um fato inédito no Estado do Paraná.

Mas, tchê, a FUNEFI, criada em 1977, nunca teve contabilidade! Lá foi o Edvino pedir mais 30 dias de prazo. Aguarde o Capítulo II, tá?!

Se assumires um compromisso, cumpre-o!

Edvino Borkenhagen

Coluna Mensageiro – Registro 0123526, 18/08/2003 – Títulos e Documentos
Publicada em 31/03/2023 – Ano XXV – Mensagem 1.288
Leitura crítica antes de publicar, por: Leonardo Morel Lisik

BORKENHAGEN – 40 ANOS  VALORIZANDO A BASE, O INÍCIO!