Coluna Mensageiro
– Quando um dia escrevemos que “a igreja falhou” houve uma senhora que disse ser leitora assídua da Coluna Mensageiro, mas que não gostou daquela edição.
Ela não conhecia o sentido amplo da palavra “igreja”.
Pensava que igreja seria apenas a dela.
Sim, parece que não lhe contaram que há muitas denominações religiosas que se dizem cristãs e que adotam o termo igreja como o significado da reunião de fieis, e isso no amplo sentido geográfico.
Por exemplo: uma denominação religiosa que tenha fieis em Foz do Iguaçu, ao ser mencionada diz-se ‘a igreja tal, de Foz do Iguaçu’; se ela tem estrutura em outras cidades no Paraná, então diz-se ‘a igreja tal, do Paraná’ e se ela está estruturada em diversos estados brasileiros, então diz-se, para essa organização: ‘a igreja tal, do Brasil’.
Biblicamente tem-se que “igreja’ designa a reunião do povo de Deus, no Antigo Testamento.
Ora, as 3 religiões abraâmicas (que advém de Abraão) são o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo.
Assim, os fieis de qualquer uma dessas 3 religiões não conhecem a Bíblia, confirmam que Jesus é Filho de Deus, ainda que não tenham a Bíblia com seu livro-guia, e que não aceitem Jesus como seu Salvador, tal qual é crido pelos cristãos.
As religiões, abraâmicas ou toda e qualquer outra religião, tem líderes: que podem ser padres, pastores, bispos, sheiks, anciãos, pais, aiatolás, ou outro termo assemelhado.
Igualmente tem o seu “Guia”, que pode ser Buda, Alá, Jesus, ou outra divindade crida por seus fieis.
Assim como nenhum de nós gosta de ouvir uma afronta contra seu pai ou sua mãe, assim fieis de qualquer religião não se sentem felizes quando alguém debocha do seu guia espiritual.
Foi muito noticiado, a nível internacional, quando um cidadão escreveu um livro afrontando um aiatolá. É óbvio que os fieis se sentiram ofendidos por terem seu líder ridicularizado.
Aqui no Brasil, num Carnaval recente, houve deboche contra a figura de Jesus Cristo. Também os fieis cristãos se sentiram ofendidos por verem seu líder ridicularizado.
Quem ofende seu vizinho pode ter complicações com a ‘justiça’, porque o vizinho pode ir ao tribunal e reclamar uma punição; se uma autoridade for ofendida, o ofensor também pode ter complicações com a ‘justiça’, pois, com facilidade, será levado ao tribunal; agora se for ofendido um morador de favela, um pobre, poderá o ofensor reunir mais pessoas da mesma opinião e promover um deboche ainda maior ao pobre e, dificilmente surgirá um tutor que se apresente como defensor do pobre cidadão.
Assim parece que foi a repercussão do deboche no Carnaval.
Os cristãos se sentiram fracos, pobres, sem tutor, para buscar reparação de danos morais pela afronta que sentiram, pois não tinham certeza de que haveria ‘justiça’ para esse caso, ou porque viram a pequenez dos organizadores do deboche.
Agora com o lançamento da Campanha da Fraternidade, já há publicações ofensivas aos bispos da CNBB, como que pedindo explicações para certas inclusões.
As pessoas que exigem explicações pelas redes sociais não dirigiram seu pedido à CNBB, mas exalam ódio, como se fossem as pessoas mais justas.
Essas pessoas não aprenderam de Jesus que não devemos julgar nem condenar pessoas por causa de uma fé aparentemente distorcida.
Se não me agrada, mais, a doutrina de minha igreja,
tento persuadir os líderes a voltarem à doutrina correta,
ou me retiro dela;
se não me agrada outra doutrina,
evito ela.
Só isso!
Edvino Borkenhagen
Coluna Mensageiro – Registro 0123526, 18/08/2003 – Títulos e Documentos
Publicada em 12/02/2021 – Ano XXIII – Mensagem 1.177
Leitura crítica antes de publicar, por: Fernanda Alice Estevam
BORKENHAGEN – 37 ANOS ESTIMULANDO A REDUÇÃO DA INTOLERÂNCIA!
Uma resposta
Parabéns pelo texto!
Ótima reflexão, pelos exemplos abordados!
O artigo é cativante e bem esclarecedor!